Café atinge preço recorde em Nova York pela sexta vez consecutiva
Analistas esperam que os preços do café continuem subindo. Foto Wenderson Araujo - CNA
Além das projeções pessimistas para a safra brasileira 2025/26, redução dos estoques favorece movimento do grão na bolsa
O preço do café renovou recorde na bolsa de Nova York pela sexta sessão consecutiva. Os contratos para março avançaram 1,87% nesta quinta-feira (30/1), e chegaram, pela primeira vez, a US$ 3,7340 a libra-peso.
Ainda que a perspectiva de colheita ruim para o Brasil em 2025/26 já esteja consolidada entre os agentes de mercado, as cotações seguem renovando máximas na bolsa. Segundo Laleska Moda, analista de inteligência de mercado da Hedgepoint Global Markets, isso está acontecendo porque o mercado vive um cenário inédito.
“Temos um quadro nunca antes visto, com quatro temporadas consecutivas de déficit e perspectiva de safra menor no Brasil em 2025/26, além de consumo crescente. Isso ocasionou redução dos estoques, não só por aqui, mas em outros grandes produtores, como Vietnã e Colômbia”, afirma.
Para Laleska, a grande questão entre os participantes do mercado é saber se o café terá força para atingir os US$ 4 a libra-peso, que ela considera como um “alvo psicológico”.
“Muitos estão no aguardo para saber até onde vai o limite do preço. Mas se espera que continue subindo. Não há oferta de produto, os cafeicultores estão segurando mercadoria e as torrefadoras estão descobertas e precisam ir às compras”, avalia.
Ainda segundo a analista, o café pode experimentar algum alívio na pressão de alta com o início da colheita no Brasil.
“Apesar de não ser grande, a colheita vai disponibilizar ao mercado um volume no que não estava lá. Geralmente nesse período temos queda nas cotações na bolsa, mas que pode ser limitada [diante das expectativas de produção], com preços mais altos em relação à média dos últimos anos” (Globo Rural, 30/1/25)