22/09/2023

Carne bovina atinge maior preço frente ao boi gordo para abate no Brasil na história

Em setembro de 2023, a carne no atacado é negociada a quase R$ 29/@ acima do boi gordo. (Divulgação  Expozebu)

boi gordo. (Divulgação  Expozebu)

Apesar de os preços do boi gordo para abate apresentarem uma reação positiva ao longo de setembro, com um avanço de 7,81% no mês, a diferença nos preços médios mensais da arroba e da carne bovina é a maior da história, com vantagem para proteína.

Dessa forma, no acumulado de 2023 (considerando-se as médias mensais deflacionadas do indicador Cepea/B3 do boi gordo, base São Paulo, de dezembro de 2022 a parcial de setembro de 2023) o que se verifica é uma forte queda de 26,3%.

Já para a carne, na mesma comparação, a desvalorização da carcaça casada bovina (negociada no atacado da Grande São Paulo) é bem menor, de 15,9%.

Dessa maneira, os dados apontam que a carne negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo nunca esteve tão mais cara que o boi para o abate.

Relação arroba do boi gordo e carne bovina

Em setembro de 2023, a carne no atacado é negociada a quase R$ 29/@ acima do boi gordo, sendo essa a maior diferença da série de dados mensais do Cepea, iniciada em 2001 para a carcaça.

Assim, como comparação, em agosto de 2023 a diferença era de R$ 22,8/@, já indicando o distanciamento entre os preços, que acabou sendo ampliando em setembro.

Já em setembro do ano passado, o cenário era o oposto: com o boi gordo sendo negociado acima da carne, com vantagem de R$ 9,2/@.

Até então, a maior vantagem da carcaça bovina sobre o boi era de R$ 26,54/@, sendo verificada em junho de 2017.

Vale lembrar que, no primeiro semestre daquele ano, o setor pecuário enfrentou três grandes desafios: a operação Carne Fraca da Polícia Federal, a volta da cobrança do Funrural e, em maio, investigações de uma indústria de grande relevância para o setor, cenário que pressionou com certa força os valores de negociação do boi gordo, resultando na elevada distância de preços do animal frente à carne (Money Times, 21/9/23)