17/02/2021

Carne bovina tem aumento de mais de 35% em 2020, segundo pesquisa da USP

Carne bovina tem aumento de mais de 35% em 2020, segundo pesquisa da USP

CARNE BOVINA Marcello Casal JrAgência Brasil

Mais gastos com ração e alta das exportações motivaram a subida dos preços entre janeiro de 2020 e fevereiro deste ano, apontou a pesquisa da Universidade de São Paulo.

Com o preço da carne de boi em alta, o consumidor está repensando o cardápio. Alguns cortes estão até dez reais mais caros agora, na comparação com fevereiro do ano passado.

O preço da carne de boi subiu 35,22% entre janeiro de 2020 e fevereiro último, segundo pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP).

De acordo com o estudo, os preços foram puxados por dois motivos: aumento do gasto do produtor com rações e alta na exportação.

A maior escassez de chuva nos últimos cinquenta anos no centro-oeste, em 2020, reduziu o pasto no campo, segundo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Com isso, o agricultor precisou investir mais em ração.

Já as exportações brasileiras, só no ano passado, foram de 8,53 bilhões segundo Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC). Em 2021, a expectativa é de nova alta nesta área.

Mas, com os preços altos, o consumo tende a diminuir. Este é o caso do motorista de aplicativo, Adão Arruda, que tirou a carne bovina da sua lista de compras:

“Um dia come filé de frango, peito de frango, faz alguma coisa com frango. Outro dia omelete bem feitinho, janta... Comprando carne duas, três vezes na semana, nunca como era antigamente... Todo dia comprava carne... Hoje não dá mais, não dá.” comenta.

Este movimento pode incentivar uma queda nos preços, segundo o economista Thiago Carvalho.

“Pelo lado da oferta, o cenário realmente não é favorável, porque falta esse animal no pasto. Agora pelo lado da demanda, o consumo menor da carne bovina pode sim fazer com que tenha mais estoque tanto no varejo como na indústria.”

Para Carvalho, o preço também depende de algumas variáveis: “Ao longo do ano vai depender desses custos em alta, vai depender do apetite do produtor produzir mais esse animal, realmente os custos estão em alta no campo” (G1, 16/2/21)