Carne brasileira terá novos recordes em 2021, diz USDA
Segundo Usda, setor terá aumento de demandas interna e externa, além de melhorar margens.
Assim como vem ocorrendo nos últimos anos, 2021 também será um período de recorde de produção e de exportação de carnes bovina e suína no Brasil. Mais uma vez, o setor terá boas margens.
A estimativa é de João Silva, do escritório do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em Brasília. Na avaliação dele, a produção de carne bovina deverá atingir 10,5 milhões de toneladas, com crescimento de 4%.
O setor de suínos também terá bom desempenho no próximo ano. A produção somará 4,3 milhões de toneladas, e a evolução será de 4,5% em relação a este ano.
O desempenho desses dois setores será sustentado tanto interna como externamente. No país, a perspectiva é de um crescimento de 3,5% da economia e da manutenção estável do desemprego, embora em taxas elevadas.
A inflação baixa, o retorno da demanda da cadeia de alimentação fora do lar e a relativa recuperação do poder aquisitivo do consumidor também cooperam para a boa evolução do setor.
Do lado externo, os preços estarão favoráveis, a demanda continuará e a taxa de câmbio manterá os produtos brasileiros competitivos.
Além das compras chinesas, o país deverá contar com o retorno de mercados tradicionais, que reduziram as importações neste ano.
Um fato positivo para a cadeia de proteínas no Brasil, segundo a avaliação do técnico do Usda, são os custos da ração. Deverão permanecer estáveis.
Silva aponta, no entanto, algumas incertezas. Entre elas estão a flutuação da taxa de câmbio, a fragilidade da recuperação da economia mundial e um possível ressurgimento da Covid-19.
Os exportadores brasileiros, principalmente os do setor de carne bovina, vão se defrontar também com o tema do desmatamento ilegal, dos incêndios e da necessidade de determinar o origem dos animais.
Para Silva, as exportações de carne bovina podem atingir o recorde de 2,7 milhões de toneladas em 2021. As suínas, também recordes, sobem para 1,12 milhão.
Frango
A União Europeia importou 414 mil toneladas de carne de frango no primeiro semestre deste ano, 16,5% menos do que em igual período do ano passado.
O volume enviado pelos brasileiros para esse bloco de países caiu para 122 mil toneladas no período, uma redução de 10%. Já os chilenos elevaram em 18% as vendas para os europeus (Folha de S.Paulo, 27/8/20)