07/05/2020

Carnes reagem e Dia das Mães torna o churrasco mais caro

Carnes reagem e Dia das Mães torna o churrasco mais caro

Após quedas em abril, preços sobem nesta semana e dão um certo alívio aos produtores.

O isolamento social não permite aglomerações neste período de pandemia, provocada pelo coronavírus. Mesmo com os transtornos trazidos pela doença, no entanto, quem se arriscar a fazer um churrasquinho gastará mais com as carnes.

A indústria pelo menos está se preparando para isso, aumentando as compras de animais no campo. O resultado é uma movimentação maior nas vendas dos produtores, o que resulta em acertos de preços. Estes estiveram em queda em abril.

Heloísa Xavier, da Jox Consultoria, diz que o setor de proteínas vive uma transição nestes dias. A conjugação de vários fatores, como o início de mês, a semana de pagamento de salários, o auxílio emergencial e o Dia das Mães, deu um ânimo novo ao mercado.

 

Tanto os produtores como a indústria de proteínas estão com uma sensação de melhora. O problema é até quando as crises econômica, sanitária e política deixarão esse setor deslanchar.

Segundo Heloísa, as carnes de frango e de suínos voltaram a subir. O mesmo ocorre com o ovo. Já a carne bovina se mantém estável, mas, ao contrário das demais, não teve queda em abril e mantém os R$ 200 por arroba de boi gordo.

As perspectivas são boas, mas o maior desafio de produtores e das indústrias é qual será a reação dos consumidores internos nas próximas semanas. Parte está recebendo o auxílio emergencial. Outros, porém, estão perdendo o emprego e ficando sem renda.

O cenário é de incertezas e só um dia após outro vai indicar o comportamento do mercado interno no curo prazo, segundo ela. Já no externo, a demanda por proteínas continua boa, principalmente a vinda da China.

Para Heloísa, as indústrias apostam nas vendas, principalmente nesses dias que antecedem o Dia das Mães. A evolução dos preços e dos estoques da asinha de frango, um complemento à carne bovina no churrasco, indica que indústria e varejo esperam vendas melhores.

Já a suinocultura eleva a oferta de pernil, típico de festividades como o Dia das Mães, e aguarda um aumento de vendas de produtos usados na feijoada, típica desses dias de frio, afirma ela.

Para o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o coronavírus afetou pouco a bovinocultura, mas as perspectivas do setor são incertas.

O confinamento de gado, devido à Covid-19 e à alta nos custos de produção, deverá ser menor no segundo semestre, reduzindo ainda mais a oferta.

Para analistas do Itaú BBA, os próximos meses serão desafiadores para as proteínas, que terão alta nos custos de produção e demanda interna menor (Folha de S.Paulo, 7/5/20)

SÉTIMA CHAMADA – EDITORIA CAFÉ

Balanço de oferta de café no mundo deve entrar em superávit em 20/21  CAFÉ

O balanço de oferta global do café deve passar de um déficit na temporada 2019/20 para um superávit em 2020/21, à medida que as mudanças comportamentais relacionadas ao distanciamento social tendem a afetar a demanda, disse nesta quarta-feira a corretora de commodities Marex Spectron.

A Marex espera que o mercado saia de um déficit projetado de 4,3 milhões de sacas de 60 quilos na atual temporada para um excedente de 2 milhões de sacas em 2020/21 (outubro a setembro).

“É esperado que o consumo recue durante a fase de ‘monitoramento e adaptação’, até que uma vacina (para o coronavírus) seja descoberta”, disse o analista de café da Marex Spectron, Steve Pollard, em um comunicado.

“Os consumidores finais deixarão de estocar, a recessão vai afetar a renda disponível e as medidas de distanciamento social tornarão o consumo fora de casa menos atrativo”, acrescentou.

A corretora, porém, elevou sua estimativa para o déficit da atual temporada, que termina em setembro, para 4,3 milhões de sacas, ante 3,2 milhões de sacas projetadas em fevereiro, à medida que a formação inicial de estoques para consumo doméstico e por torrefadoras impulsionou a demanda pelo produto.

A empresa estima que cerca de 95% dos pontos de consumo fora de casa do mundo estejam fechados, afirmando que o segmento representa entre 20% e 25% do consumo de café.

A Marex espera que a demanda pelo café arábica lavado seja a mais atingida, uma vez que esse é a variedade de café preferida por cafeterias ao redor do mundo. Já a demanda por robusta, amplamente utilizado na produção de café instantâneo, produto que em geral é consumido em casa, deve se sustentar (Reuters, 6/5/20)