CBios: Coaf/Cruangi faturou R$ 302 mil em 1,5 mês com o título
Legenda: Fornecedores de cana da unidade cooperada de Pernambuco já garantiram os CBios (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)
A pequena Coaf/Cruangi, a usina cooperativista da Zona da Mata Norte de Pernambuco, até agora é a única indústria sucroenergética brasileira a garantir aos fornecedores a parte que lhes caberá dos Créditos de Descarbonização (CBios) que serão negociados nesta safra.
Desde o início do ciclo da cana nordestina, no final de agosto, foram faturados R$ 302 mil em 1,5 mês, sob um total de 6.720 papéis vendidos (em torno de R$ 40 cada em agosto e de R$ 60 de setembro a outubro), que sustentam o RenovaBio no sequestro de C0².
E a unidade já está comprometida – legal e transparentemente – a atender os produtores ao final da temporada.
Não houve nenhum movimento de qualquer unidade brasileira a tomar a mesma iniciativa, que, inclusive, é alvo de contestação dos produtores, e com a Feplana e AFCP à frente, respectivamente associações de plantadores nacionais e pernambucanos.
“Não é justo o produtor não receber pelos CBios, já que eles são os principais elos dessa cadeia e fornecerão uma cana com fatores ambientais que se enquadram nas necessidades do RenovaBio, com menos agentes fósseis nos fertilizantes e menor uso de diesel”, diz Alexandre Lima, presidente da Coaf/Cruangi e daquelas duas entidades.
As usinas, inclusive, obrigam o fornecedor da entregar o Cadastro Ambiental Rural (CAR), daí também que a defesa dos produtores chegou ao Congresso, onde o deputado federal Efraim Filho (DEM-PB) apresentou Projeto de Lei (PL 3149/20) tentando mudar esse “falha” na lei do Programa Nacional para os Biocombustíveis.
No caso da Coaf/Cruangi, a expectativa de Lima, no início da safra, era de produzir 50 milhões de litros de etanol, além de 10 mil toneladas de açúcar e 20 milhões de litros de cachaça, mas os números deverão ser revistos até o final da moagem, em fevereiro, de acordo com o andamento de preços do mix.
Também a unidade inaugura a produção de cogeração de energia elétrica, com 60 mil toneladas de bagaço, já aprovadas pela Aneel e aguardando o aval da Celpe.
A moagem segue com as 840 mil previstas (Money Times, 27/10/20)