Centro-Sul reduzirá produção de açúcar ao menor volume desde 2009/10
As usinas do Centro-Sul, principal região produtora de cana do Brasil, destinarão menos matéria-prima do que o esperado para a produção de açúcar, fazendo com que a fabricação do adoçante neste ano caia 14 por cento em relação à safra anterior, apontou a INTL FCStone nesta terça-feira.
A região Centro-Sul do Brasil produzirá 31 milhões de toneladas de açúcar no atual ciclo 2018/19, abaixo da estimativa de março, de 31,5 milhões de toneladas, e de 36,1 milhões de toneladas na última temporada, segundo apresentação da consultoria em evento do setor em Nova York.
Isso representaria a menor produção para a região em nove anos, disse à Reuters o analista Bruno Lima, da FCStone.
As revisões surgem à medida que os preços do açúcar bruto atingem mínimas desde 2015 em meio à grande oferta em importantes produtores, incluindo a Índia e a Tailândia.
Mesmo com a redução das expectativas de produção no Brasil, o maior produtor e exportador mundial, a produção global total superará a demanda em 7,2 milhões de toneladas no ano-safra de 2018/19, que se inicia em outubro.
O superávit se segue a um excedente de 10,8 milhões de toneladas também na atual temporada 2017/18.
Conforme a INTL FCStone, o Centro-Sul do Brasil irá moer 587,7 milhões de toneladas de cana em 2018, abaixo de uma estimativa anterior de 590,7 milhões e de 596,3 milhões em 2017/18.
As usinas destinarão 59,2 por cento da oferta de cana ao etanol, aumentando a produção para 27,7 bilhões de litros, ante 53,5 por cento e 26,1 bilhões de litros em 2017/18. Trata-se da maior produção de etanol a partir da cana em três anos.
Considerando-se o etanol do milho, isso representaria uma produção recorde do biocombustível na região, disse Lima, que é chefe de açúcar e etanol para a INTL FCStone em Campinas (SP) (Reuters, 8/5/18)