28/07/2022

China abre mercado para farelo de soja do Brasil

Legenda: Abertura do mercado chinês era uma demanda antiga do agronegócio. Foto Blog Agro2.0

China abre mercado para farelo de soja do Brasil. Foto Blog Agro2.0

 

Brasil poderá exportar farelo de soja para a China. A abertura de mercado foi oficializada neste mês, segundo informações da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura obtidas com exclusividade pelo Estadão/Broadcast Agro.

A possibilidade de exportar o derivado ao país asiático era uma demanda antiga da cadeia de soja, em razão do maior valor agregado do produto em relação à soja em grão. Até então, a China importava soja em grão e não permitia a entrada de farelo de soja brasileiro. O país é o maior consumidor do produto brasileiro.

 

O aval foi obtido durante uma reunião bilateral de subcomissão da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban) - principal mecanismo bilateral entre Brasil e China -, segundo informou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do ministério, Jean Marcel Fernandes.

“O entendimento dos protocolos foi acertado na reunião da subcomissão neste mês. Após análise de risco do produto, o lado chinês concluiu que havia a possibilidade de exportar farelo de soja brasileiro para lá. Não havia mais questão sanitária impedindo”, afirmou Fernandes à reportagem.

Além do farelo de soja, a China autorizou também a importação de amendoim sem casca, polpa cítrica, proteína concentrada de soja e soro fetal bovino do Brasil. “Foi um grande avanço. Foram excelentes aberturas e o maior processo de abertura do Brasil com a China nos últimos dez anos”, avaliou o secretário.

 

A abertura do mercado de exportação chinês para o milho brasileiro ainda não consta da lista do ministério. Segundo Fernandes, o protocolo fitossanitário já foi assinado por ambos países. Faltam alguns ajustes para implementação do protocolo, como o ano-safra do cereal que poderá ser exportado, o que está sendo discutido por ambos os lados.

“Neste momento, o Brasil ainda não pode exportar milho para a China porque falta certificar a safra no campo e habilitar estabelecimentos. Do ponto de vista sanitário, não há mais o que se discutir, mas para exportar efetivamente ainda existem outros passos a serem oficializados”, explicou (O Estado de S.Paulo, 28/7/22)