China compra soja dos EUA antes de negociações comerciais,dizem operadores
Empresas chinesas compraram até 600 mil toneladas de soja dos Estados Unidos nesta segunda-feira para embarques de novembro a janeiro, como parte de uma cota livre de tarifas atribuída nesta semana aos importadores para compra de até 2 milhões de toneladas, disseram duas fontes com conhecimento das negociações mencionadas.
As aquisições desta segunda-feira acontecem antes das negociações comerciais de alto nível entre EUA e China, que têm início agendado para a próxima semana e visam encerrar uma guerra comercial que já dura 15 meses e afetou as exportações agrícolas norte-americanas e os mercados globais.
Uma quantidade entre duas e dez cargas de cerca de 60 mil toneladas de soja cada já foram vendidas, disseram as fontes. Uma fonte disse que os compradores incluem empresas privadas e estatais.
A China fez frequentes compras de produtos agrícolas dos EUA como gesto de boa vontade antes das negociações comerciais.
As compras contribuíram para um rali nos contratos futuros da soja em Chicago, valor de referência da oleaginosa, nesta segunda-feira. O vencimento mais ativo encerrou a sessão em alta de 2,41%.
Importadores chineses realizaram compras de mais de 1 milhão de toneladas de soja dos EUA na semana passada, após as negociações de segundo escalão realizadas em Washington, na maior onda de aquisições ao menos desde junho.
A China, que tem obtido a maior parte de sua soja na América do Sul desde que a guerra comercial com os EUA explodiu no ano passado, concedeu isenções a diversos importadores para que comprem soja dos EUA sem as tarifas retaliatórias, como um gesto de boa vontade antes das negociações.
Uma solução para a guerra comercial, porém, está longe de esclarecida, após fontes afirmarem que o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, está considerando deslistar empresas chinesas das bolsas de valores norte-americanas. A China alertou nesta segunda-feira que o movimento, que representaria uma escalada radical nas tensões comerciais entre os países, desestabilizaria os mercados internacionais (Reuters, 30/9/19)