Chinesa Dakang quer fatia maior na exportação de soja
Empresa, braço agrícola do grupo chinês Pengxin, tem como meta embarcar 2 milhões de toneladas na safra 2019/20.
A Dakang International pretende ampliar a exportação direta de soja do Brasil para a China, reduzindo o espaço de intermediários - leia-se tradings. A empresa, braço agrícola do grupo chinês Pengxin, que nos últimos anos comprou no Brasil as revendas de insumos agropecuários Fiagril e Belagrícola, tem como meta embarcar 2 milhões de toneladas na safra 2019/20, quatro vezes mais que as 500 mil toneladas de 2018/19.
“Acabamos de iniciar nosso projeto de exportação”, confirma à coluna Richard Fan, vice-presidente da Dakang. O caminho a percorrer, porém, é longo. O executivo lembra que em 2018 o Brasil exportou 68,8 milhões de toneladas da oleaginosa à China, sendo que menos de 10 milhões de toneladas foram embarcadas por empresas chinesas que operam aqui, como a Dakang e a trading Cofco.
Pé no chão
No radar da Dakang estão mais aquisições de distribuidoras em Estados produtores de soja - Fiagril e Belagrícola ficam em Mato Grosso e no Paraná. Mas Fan não fixa prazo. “As duas empresas tinham problemas quando as adquirimos e tivemos de resolvê-los.” Pela lógica, explica, Mato Grosso do Sul será o próximo Estado onde a Dakang fincará base. São considerados também Tocantins, Rio Grande do Sul e Goiás.
Para todos
Segurança alimentar é preocupação dos chineses, como ficou claro no One Agro, promovido na semana passada pela Syngenta. Erik Fyrwald, CEO global da empresa controlada pela ChemChina, reforçou: “Os chineses compraram a Syngenta para ter certeza de que levaremos tecnologia para produzir alimentos”. Valmor Schaffer, presidente da Cofco no Brasil, também estava lá.
Avanço
Representantes do agronegócio que estiveram em Brasília na semana passada ouviram do governo que a China terá um adido comercial no País exclusivo para o setor. O Itamaraty já criou um departamento só para negociar com os chineses.
O otimismo deve-se também à criação de um mecanismo na Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban) para acompanhar compromissos assumidos. “Pouco tempo atrás chineses relutavam até em assinar atas de reuniões com brasileiros”, diz um executivo (Broadcast Estadão, 17/6/19)