Ciclo da cana em Alagoas tem a pior safra da história, afirma cooperativa
Estado produzia 25 milhões de toneladas de cana, no ano passado, moeu apenas 13 milhões. Esperança dos produtores está nas chuvas.
O último ciclo da safra da cana-de-açúcar em Alagoas teve o seu pior registro na história do setor canavieiro, segundo dados da Cooperativa dos Produtores Rurais do Vale do Satuba (Coopervales).
Muitas usinas no estado tiveram queda na produção no último ciclo. Das 17 que moeram, apenas quatro registraram aumento.
Um exemplo desse impacto é a produção da Usina Uruba, que fica em Atalaia, na Zona da Mata do estado. Ela foi reaberta há três safras, pela Cooperativa e, no primeiro ano de reativação, a indústria moeu 470 mil toneladas.
Depois, a produção que cresceu no ano seguinte com 630 mil toneladas, mas na última moagem, o número foi bem menor, com 140 mil toneladas a menos.
“A causa maior sem dúvida foi a seca que dizimou alguma áreas dos cooperados. Nossa preocupação hoje é com o preço no mercado internacional, porque o açúcar caiu muito. No ano passado negociamos a R$ 80, esse ano o preço do açúcar está R$ 46”, Túlio Tenório, presidente da Coopervales.
Essa foi a pior moagem da cana, a menor dos últimos anos. O número corresponde a menos da metade do que foi registrado no auge da produção. "O cenário de Alagoas não é bom hoje em dia. Já produzimos 25 milhões, ano passado moemos 13 milhões. É um cenário de dificuldade", afirma Edgar Filho, presidente da Asplana.
Apesar da época ruim, a expectativa é que a previsão meteorológica melhore o crescimento. "Nós esperamos que a safra 2018 seja uma safra de recuperação, mas de voltamos ao patamar de 25 milhões de toneladas que tínhamos há 10 anos atrás, mas pelo menos voltarmos para as 16 milhões que tínhamos nos últimos dois anos. Então acreditamos que com o clima e com as chuvas nós possamos reverter a situação”, diz Edgar Filho (G1, 23/4/18)