Cinco pesquisadores do Brasil vão integrar grupo de pecuária da FAO
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Missão dos brasileiros até 2024, junto com outros 27 países, é gerar diretrizes para medir a multifuncionalidade dos serviços ecossistêmicos.
A FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, uma das agências da ONU, anunciou que 72 profissionais representando 28 países vão compor seus grupos técnicos consultivos (TAGs), por meio da Leap (Livestock Environmental Assessment and Performance Partnership), uma parceria de avaliação e desempenho ambiental da pecuária. Pelo Brasil integram o grupo cinco profissionais, dos quais duas pesquisadoras da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), mais três pesquisadores de universidades.
No final do ano passado, foi aberta uma chamada para seleção de membros para os grupos técnicos consultivos sobre diretrizes de abordagens de bioeconomia circular e serviços ecossistêmicos. O secretariado recebeu 48 inscrições de todo o mundo em cada uma das modalidades. Foram selecionadas 36 para cada uma delas. Os profissionais escolhidos estarão na primeira reunião do TAG, nos dias 18 e 19 de abril, na sede da FAO, em Roma, na Itália.
Para o grupo de pesquisadores sobre abordagens de bioeconomia circular, do qual fazem parte 36 especialistas de 24 países, a pesquisadora Ana Paula Contador Packer, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, unidade localizada em Jaguariúna (SP), foi uma das escolhidas, juntamente com o professor Adibe Luiz Abdalla, da USP (Universidade de São Paulo). Na lista há profissionais da Argentina, Austrália, Bangladesh, Canadá, China, Costa Rica, Alemanha, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Irã, Itália, Quênia, México, Nova Zelândia, Paraguai, Peru, Reino Unido, Ruanda, Turquia, Uganda e Uruguai.
Segundo Packer, o agro vem passando por mudanças significativas e as conexões de uma série de bios precisam ficar no radar, como bioeconomia, bioprodutos, bioinsumos, biocombustíveis, biofertilizantes etc.
“A grande fronteira do conhecimento é uma junção do agro, do bio e do tech. Temos que olhar para todas essas séries de bios, juntamente com a tecnologia e com o agro sustentável”, diz ela, que preside o conselho gestor do AgNest – laboratório vivo para viabilizar a conexão entre startups, grandes empresas do agro e a Embrapa. “Será uma grande oportunidade trabalhar em conjunto e trazer essa riqueza que o Brasil tem construído, para que possamos realmente olhar para uma bioeconomia mundial, dentro de uma economia circular, uma economia voltada para a biodiversidade, com todo esse potencial de bioprodutos.”
Para o grupo de serviços ecossistêmicos, com 36 pesquisadores de 20 países, foi selecionada a pesquisadora Rachel Bardy Prado, da Embrapa Solos, unidade localizada no Rio de Janeiro, juntamente com mais dois cientistas brasileiros: pesquisadora Sílvia Regina Silva de Oliveira Bento, da UFU (Universidade Federal de Uberlândia), e o professor Marcelo Beltrão Molento, da UFPR (Universidade Federal do Paraná). Nessa diretriz, além dos países que integram o grupo de bioeconomia circular, entram Gâmbia, Paquistão, Tunísia e Zimbábue.
Prado, que vem atuando no tema no âmbito do Portfólio Serviços Ambientais da Embrapa, explica que o objetivo do TAG é gerar, até 2024, diretrizes para medir e contabilizar a multifuncionalidade dos serviços ecossistêmicos fornecidos no âmbito da pecuária. O desempenho ambiental da pecuária global é avaliado continuamente pela Leap.
“O grupo trabalhará em conjunto com redes de pesquisa para apoio à tomada de decisão, que atuam nos temas biodiversidade, nutrientes, água e carbono do solo, tais como Global Agenda for Sustainable Livestock (GASL), German Association of the Study of the Liver (GASL), Global Soil Partnership e Ecosystem Services Partnership”, acrescenta (Forbes, 9/3/23)