02/05/2025

Classificação de risco dos países na EUDR deverá ser feita até junho

Classificação de risco dos países na EUDR deverá ser feita até junho

Exportações de café devem ser as mais afetadas do Brasil pela regra da EU.Foto Divulgação

 

Autoridades europeias consideram avançar para analise regionalizada no futuro.

 

As autoridades europeias responsáveis pela regulamentação da lei antidesmatamento (EUDR, na sigla em inglês) devem definir a classificação de risco das origens das commodities agropecuárias por país até junho.

 

A Comissão Europeia preferiu iniciar a classificação de risco por países por falta de tempo e recursos, mas pode avançar para uma análise mais regionalizada no futuro.

 

As informações foram dadas por Leonard Mizzi, diretor-geral de parcerias internacionais e sistemas sustentáveis agrialimentares da União Europeia (UE), em encontro com o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, na terça-feira (29/4) em Bruxelas.

 

Segundo o dirigente brasileiro, a UE ainda não vai fazer a avaliação regionalizada por falta de tempo, estrutura e por causa do corte de recursos direcionados a outros fins.

 

“Mais à frente, com informações e fluxo mais bem definidos, há a possibilidade de se abrir para o risco regionalizado. Ele não acha que isso será um problema para o Brasil, mas temos que seguir buscando os caminhos para estar nesse debate e apresentar nossos dados”, disse Matos, em nota.

 

Classificação dos EUA

 

Nesta quarta-feira (30/4), uma pessoa a par das discussões disse à agência Bloomberg que a UE deve classificar os Estados Unidos como um país de “baixo risco”. Isso deve diminuir a exigência de documentos por parte dos produtos americanos que entram no bloco, como a madeira, um dos principais itens de exportação dos EUA à UE que se enquadra na EUDR.

 

Já o Brasil deve ser considerado como “risco padrão”, como já informou a reportagem. A commodity de exportação brasileira mais exposta à regra europeia é o café.

 

No setor, os exportadores já se organizaram e elaboraram com a Serasa Experian uma base de dados que informa aos importadores europeus a origem do grão no Brasil.

 

O diretor do Cecafé espera agora discutir o nível de risco de forma detalhada com a Direção Geral de Meio Ambiente da Comissão Europeia, conforme indicado por interlocutores europeus (Globo Rural, 30/5/25)