20/09/2024

Clima provoca perda de quatro milhões de sacas de café nesta safra

Clima provoca perda de quatro milhões de sacas de café nesta safra

Cafezal destruído pelo fogo em Pedregulho (SP) — Foto: Maurivan Rodrigues- Arquivo pessoal

 

Para Conab, estimativa atual aponta para produção de 54,8 milhões de sacas.

O clima adverso provocou uma queda de 4 milhões de sacas de café no Brasil nos últimos meses. Mesmo sendo um ano de bienalidade positiva, quando ocorre um período de grande florada e produção maior, a safra brasileira deverá recuar para 54,8 milhões de sacas, 0,5% inferior à do ano passado.

Os dados são da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que em maio previa uma safra de 58,8 milhões de sacas. Estiagem, chuvas mal distribuídas e altas temperaturas provocaram a queda de produção em relação ao que era esperado inicialmente.

A maior queda ocorre com o café conilon, o mais disputado no momento no mercado externo. A quebra de safra no Vietnã e perspectivas de mais problemas climáticos na próxima safra do país asiático elevaram os preços internacionais para patamares recordes.

Nas contas da Conab, o Brasil deverá produzir 15,2 milhões de sacas de café dessa espécie, 6% a menos do que no ano passado. Espírito Santo, líder na produção, terá safra de 10 milhões de sacas de conilon e 4 milhões de arábica.

A produção de arábica, espécie que o Brasil tem liderança mundial, sobe para 39,6 milhões, 1,7% a mais do que no ano anterior. Minas Gerais, líder nacional, deverá produzir 28 milhões de sacas, 3,3% a menos do que 2023.

Goiás continua registrando a maior expansão no país. A área cresceu 9,3%, e a produção, 25%, ajudada pela bienalidade positiva. A produção do estado é de 253 mil sacas, bem distante da dos líderes.

Com 95% da safra deste ano já colhida, a produtividade média é de 28,8 sacas por hectare, um volume 1,9% menor ao de 2023. O arábica rende 26 sacas, com queda de 0,6%, e o conilon, 40,2, com retração de 3,6%.

Os preços do café continuam aquecidos no mercado interno. A forte demanda pela bebida faz com que os valores internos do produto superem os do arábica, um fato pouco usual.

Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a saca de café robusta subiu para R$ 1.518, enquanto a do arábica está em R$ 1.494 (Folha, 20/9/24)