CNC: Balanço Semanal de 13 a 17 de Setembro de 2021
Seguro Rural
O presidente do CNC, Silas Brasileiro, afirma que a entidade está trabalhando, em nome dos nossos produtores rurais, na solicitação da liberação de crédito suplementar. “A liberação do crédito suplementar de R$ 375 milhões, somado aos recursos já liberados, atinge o montante de R$ 1,3 bilhão articulado para o Plano Safra, assegurando a manutenção do programa. Safras foram drasticamente reduzidas, alguns campos dizimados, produtores de café de cultura perene, milho, soja, cana-de-açúcar e outras culturas, sofreram em decorrência dessas mudanças climáticas e necessitam de apoio para retomarem suas atividades”, analisou.
Um dos critérios que estavam na pauta do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) era justamente a obrigatoriedade da contratação do Seguro Rural por parte dos produtores que tiveram suas lavouras atingidas pelas geadas e que desejam acessar o crédito. Mas, em função da falta de verba para subvenção governamental esse critério deve ser excluído.
Outro ponto de destaque no PSR é que ele gera estabilidade no processo de contratação do seguro, fator crucial para manter e consolidar a confiabilidade do setor privado, seguradoras e resseguradoras. “Com a participação do governo as seguradoras ficam mais confiantes e disponibilizam planos cada vez mais interessantes. Recentemente, lançamos a Cartilha do Seguro Rural voltado aos cafeicultores e estamos em contato com seguradoras para conhecer quais os seguros mais atrativos para o produtor de café”, finalizou Silas Brasileiro.
Novos agentes para o Funcafé
Foram publicados no Diário Oficial da União (DOU), na última quarta-feira (15), os extratos de contrato com os novos agentes financeiros que irão operar os recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). São eles: Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE, R$ 15,2 milhões para atuar na contratação de operações de crédito rural nas modalidades Comercialização de Café e Capital de Giro; Banco Votorantim S.A, R$ 194,2 milhões para atuar nas modalidades Comercialização de Café, Aquisição de Café – FAC e Capital de Giro; Banco Bradesco S.A., R$ 270,8 milhões para atuar nas modalidades Comercialização de Café, Custeio, Aquisição de Café – FAC e Capital de Giro; e Cooperativa de Crédito Credinter LTDA – SICOOB CREDINTER, R$ 16 milhões para atuar nas modalidades Custeio de Lavouras de Café. Todas as modalidades deverão seguir sob as condições estabelecidas no Manual de Crédito Rural (MCR).
Além desses, mais 22 agentes financeiros já assinaram os contratos ao longo deste mês e estão aptos a oferecer os recursos. No total, serão 34 agentes financeiros e cooperativas de crédito a operar com o Funcafé. O orçamento 2021/2022, foi distribuído da seguinte forma: R$ 1,28 bilhão para custeio, R$ 1,77 bilhão para comercialização, R$ 1,08 bilhão para aquisição de café e R$ 504,4 milhões para capital de giro para indústrias e cooperativas. Do total aprovado, R$ 4,64 bilhões, já estão disponíveis R$ 3,6 bilhões.
Reuniões OIC
O Conselho Nacional do Café (CNC) participou na última semana da 130ª sessão do Conselho da Organização Internacional do Café (OIC). A entidade é a principal organização intergovernamental do setor, reunindo governos exportadores e importadores para enfrentar os desafios da cafeicultura mundial por meio da cooperação internacional. Os governos membros representam 98% da produção mundial de café e 67% do consumo mundial. Atualmente, a instituição é dirigida pelo brasileiro José Sette.
Do dia 1º ao dia 10 de setembro muitas foram as atividades, entre elas: encontro CEO e fórum dos líderes globais; atividade do grupo de trabalho para o futuro do Acordo Internacional do Café; reunião para nova composição de membros do Comitê de Finanças e Estatística; encontro da junta consultiva do setor privado e reunião para nova composição dos Comitês de Estatística, Projetos e Promoção/Marketing.
Dentre várias definições importantes que impactam diretamente a instituição, algumas delas têm relação direta com o Brasil. Além da aceitação da candidatura da brasileira Vanusia Nogueira à Diretoria-Executiva da OIC, outra aprovação de destaque foi a extensão por dois anos do Acordo Internacional do Café (AIC). O acordo entrou em vigor em 2 de fevereiro de 2011 e chegaria ao fim em 2022, porém, em consenso, decidiu-se pela dilação do prazo. O AIC é um importante instrumento de cooperação para o desenvolvimento mundial do café.
Força-Tarefa
Os trabalhos da Força-Tarefa foram muito elogiados e sua presença fortalece a imagem de renovação da Organização, segundo alguns representantes, como os Embaixadores de Honduras, Ivan Romero e do Brasil, Marco Farani. Apesar dos desafios globais e dos elevados preços do café, a Força-Tarefa é o melhor local para direcionar e resolver fraquezas estruturais do setor.
A Força Tarefa Público Privada do Café foi criada para incluir o setor privado na discussão e na formulação de soluções para aprimorar a condição de vida dos cafeicultores. É uma consequência da Resolução 465 da OIC, que trata da crise de preços do café. O Conselho Nacional do Café participou ativamente da redação desta resolução, em 2018, e um dos mandatos conferidos à Organização foi a inclusão de torrefadoras, traders e demais atores do setor privado na discussão sobre a falta de renda no campo, de forma a compartilhar responsabilidades com todos os segmentos da cadeia produtiva sobre a sustentabilidade.
O CNC, em conjunto com as demais entidades que compõem a representação do setor privado no CDPC, tem acompanhado e enviado subsídios para os trabalhos da Força Tarefa. “Um dos últimos documentos elaborados pelas entidades, que foi muito bem recebido pelos parceiros internacionais, destaca as ações, projetos, governança e instrumentos de política cafeeira que tornam os cafés do Brasil os mais sustentáveis do mundo”, conta Silas Brasileiro, presidente do Conselho.
Outras pautas relevantes foram as mudanças na composição dos Comitês, havendo uma rotatividade entre os países que atuam nas ações técnicas. O Brasil faz parte de praticamente todos os comitês, sendo um dos países mais atuantes da OIC. Além do Brasil, os países que mais se manifestaram e se dispuseram a participar foram Colômbia, Índia, México, Nicarágua, Indonésia e Honduras.
Após a definição dos membros dos comitês, Juan Esteban Orduz, representante colombiano, sugeriu um encontro da OIC na Colômbia, na primavera de 2023. “A ideia é ter um evento dinâmico entre países produtores/exportadores”, sugeriu. José Sette, diretor-executivo da OIC, comentou também sobre a entrada da Nigéria como membro da OIC.
O presidente do CNC, Silas Brasileiro, acompanhou de perto as atividades e destacou o papel fundamental do Brasil nas discussões da organização. “O Brasil é um dos protagonistas na OIC, por ser o maior produtor mundial e o segundo maior consumidor. A organização tem sido fundamental para as relações internacionais, para que nosso café seja sempre sustentável ambiental, social e economicamente, de ponta a ponta”.
Sobre a OIC
A missão da OIC é fortalecer o setor cafeeiro global e promover sua expansão sustentável num clima de mercado para a melhoria de todos os participantes do setor cafeeiro. Oferece uma contribuição prática para o desenvolvimento de um setor cafeeiro mundial sustentável e para a redução da pobreza nos países em desenvolvimento ao:
- Permitir que governos e o setor privado troquem opiniões sobre questões cafeeiras, condições e tendências do mercado e coordenem políticas em reuniões de alto nível;
- Desenvolvimento e busca de financiamento para projetos que beneficiam a economia cafeeira mundial;
- Promoção da qualidade do café por meio de um Programa de Melhoria da Qualidade do Café;
- Promover a transparência do mercado, fornecendo uma ampla gama de estatísticas sobre o setor cafeeiro mundial;
- Desenvolvimento do consumo e dos mercados de café por meio de atividades inovadoras de desenvolvimento de mercado;
- Incentivar o desenvolvimento de estratégias para aumentar a capacidade das comunidades locais e dos pequenos agricultores;
- Promoção de programas de treinamento e informação para auxiliar na transferência de tecnologia relevante para o café;
- Facilitar informações sobre ferramentas e serviços financeiros para auxiliar os produtores;
- Fornecimento de informações econômicas, técnicas e científicas objetivas e abrangentes sobre o setor cafeeiro mundial.
A OIC foi estabelecida em Londres em 1963, sob os auspícios das Nações Unidas, devido à grande importância econômica do café.
Visita BSCA
Presidentes de CNC e BSCA se encontram para tratar de assuntos relevantes para a cafeicultura nacional
O Conselho Nacional do Café (CNC) recebeu terça-feira, 14, a visita do presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Guilherme Salgado Rezende que se reuniu com o presidente do CNC, Silas Brasileiro. Na oportunidade, trataram de assuntos importantes para o avanço da cafeicultura nacional.
Um dos temas em pauta foi a representação do setor cafeeiro – por parte da BSCA – no PAM AGRO. A entidade participou, nessa semana, em Brasília, do lançamento do segundo ciclo do Programa de Acesso a Mercados do Agronegócio Brasileiro.
A BSCA integra o Programa, que será executado nos próximos dois anos e teve seu segundo ciclo lançado, no dia 14, pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em Brasília (DF). O PAM AGRO 2021-2023 tem como objetivo impulsionar a percepção de mercados internacionais estratégicos sobre os produtos do agronegócio brasileiro.
“O Programa contribui sobremaneira para a consolidação dos produtos da nossa agricultura, como no nosso caso dos nossos cafés especiais, em mercados tradicionais e, também, para a abertura de novos mercados”, comenta o presidente da BSCA, Guilherme Salgado Resende.
O presidente do CNC, Silas Brasileiro, ressaltou a importância da BSCA no avanço da cafeicultura brasileira. “A BSCA tem papel fundamental para que nosso café continue sendo, reconhecidamente, o melhor do mundo. Os projetos geridos pela entidade, encabeçada com maestria pelo presidente Guilherme Salgado, são um grande diferencial para uma cafeicultura mais sustentável e rentável para o produtor, com abertura de novos mercados, por exemplo”.
Mercado de café
Os contratos futuros de café arábica voltaram a registrar recuperação na Bolsa de Nova York na última quinta-feira (16). Os contratos do robusta também trabalharam em alta ontem (16) na Bolsa de Londres, o que pode ter estimulado o aumento nas cotações do arábica. A próxima segunda-feira (20) será o último dia de negociação do vencimento setembro/21 em Nova York e o clima brasileiro continuará no foco do mercado de café nos próximos meses.
O dólar voltou a trabalhar com instabilidade, encerrando a sessão de ontem (16) a R$ 5,265, alta de 0,53%. A moeda norte-americana apresentou uma rápida queda na semana (-0,04%) e ganho acumulado de 1,80% em setembro. Segundo corretores, a alta da moeda no exterior puxou a cotação interna.
O vencimento setembro/21, na Bolsa de Nova York, fechou a US$ 1,8780 centavos de dólar por libra-peso, apresentando variação semanal positiva de 220 pontos. Na ICE Europe, o vencimento setembro/21 do café teve aumento de US$ 59,00, fechando a sessão de ontem (16) a US$ 2.107 por tonelada.
No mercado físico, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informam que as cotações do café arábica e do robusta tiveram alta na última quinta-feira (16). Segundo os pesquisadores, as cotações do arábica foram impulsionadas pela alta do dólar, no entanto, vendedores continuam tímidos. O avanço dos futuros do robusta também ajudou a sustentar os preços domésticos, embora o mercado continue calmo. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e robusta se situaram em R$ 1.070,42 por saca e R$ 757,89 por saca, respectivamente, com variações semanal de -0,32% e +3,01%.
A World Weather, organização meteorológica mundial, informa que há potencial para mais chuvas na próxima semana no sul de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Zona da Mata, porém, a probabilidade é baixa. As chuvas ainda serão leve, com exceção de um maior volume no Rio de Janeiro ao nordeste de São Paulo e sul de Minas (Assessoria de Comunicação, 17/9/21)