04/10/2021

CNC: Balanço semanal de 25/9/21 a 1º/10/21

Estoques de passagem

Até o momento números não foram divulgados dificultando ações estratégicas do setor.

Recentemente, o Conselho Nacional do Café (CNC) alertou as cooperativas sobre a importância do envio dos estoques em tempo hábil para elaboração da planilha com as informações de colheita, consumo e exportação de café. Essas informações são básicas para o planejamento das ações e decisões que as cooperativas tomam diariamente sobre a oportunidade ou não de comercializarem seus estoques.

Temos informado também sobre os números que chegam da Organização Internacional do Café, em relação a produção e consumo mundial, no entanto, para o CNC torna-se imprescindível a publicação dos estoques de passagem pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) que, como determina a lei 8.171, de 1991, art. 30, V e o decreto 3.855, de 2001, no art. 10 e art. 34, nos quais tem como base 31/03 de cada ano.

“Lamentamos não termos conhecimento até o momento desses números que seriam oficiais e que tem um custo para o Funcafé, já que quando não publicados, torna-se difícil fazer o planejamento do nosso negócio cafeeiro. Consequentemente, informações variadas e de diversas fontes são publicadas, que servem simplesmente para confundir o mercado, o qual muitas vezes torna-se especulativo, deixando os produtores e suas cooperativas sem a informação correta”, analisa Silas Brasileiro, presidente do CNC.

Esse aspecto dificulta a tomada de decisão e traz inquietação em relação a qual o momento mais propício para o produtor ofertar seu café no mercado. Sendo essa uma das responsabilidades do CNC, assim, estamos insistentemente buscando conhecer esses números e proporemos, no Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), o cumprimento da obrigação da Conab ou outra forma de publicação dessas informações, pela qual possamos passar as informações para uma tomada de decisão mais assertiva, por parte dos produtores.

Recursos Funcafé

Na última segunda-feira (27), foram publicados no Diário Oficial da União (DOU) os extratos de contratos de mais cinco novos agentes financeiros que irão operar os recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). São eles: Cooperativa Central de Crédito com Interação Solidária – Central Cresol Baser que vai operar com até R$ 8 milhões nas modalidades custeio de lavouras de café, comercialização de café, aquisição de café – FAC e capital de giro; Banco BMG S.A. vai operar com R$ 45 milhões em comercialização de café, aquisição de café – FAC e capital de giro; o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo S/A – BANDES vai operar com até R$ 3 milhões nas modalidades comercialização de café e capital de giro; já o Banestes S.A. – Banco do Estado do Espírito Santo, vai operar com R$ 30 milhões em custeio e capital de giro; e a Cooperativa de Crédito do Alto Paranaíba e Região LTDA – SICOOB CREDIPATOS, vai operar com até R$ 12 milhões em custeio de lavouras de café. Todas as modalidades apresentadas seguirão as condições estabelecidas no Manual de Crédito Rural (MCR).

No total, serão 34 agentes financeiros e cooperativas de crédito a operar com o Funcafé. Na próxima semana devem ser publicados os últimos três extratos de contratos. O orçamento 2021/2022, foi distribuído da seguinte forma: R$ 1,28 bilhão para custeio, R$ 1,77 bilhão para comercialização, R$ 1,08 bilhão para aquisição de café e R$ 504,4 milhões para capital de giro para indústrias e cooperativas. Do total aprovado, R$ 4,64 bilhões, já estão disponíveis R$ 3,7 bilhões. 

BALCÃO DO CAFÉ

O Conselho Nacional do Café (CNC) recebeu na última semana toda a linha dos cafés Cocatrel, enviada gentilmente pela cooperativa. Os Cafés são produzidos com o máximo rigor, controle de qualidade e livres de qualquer impureza, a partir de grãos totalmente puros, 100% arábica. Possuem excelente padrão de qualidade. “Os cafés de alta qualidade produzidos por nossas cooperativas nos enchem de orgulho. Foi motivo de alegria receber os kits de cafés que serão encaminhados ao Congresso Nacional para a divulgação dos Cafés do Brasil na Câmara dos Deputados, por meio do Balcão do Café, instalado na Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados”, ressalta Silas Brasileiro, presidente do CNC.

O Balcão do Café é o ponto de passagem e parada obrigatória de parlamentares, autoridades, jornalistas e visitantes da Câmara dos Deputados. O objetivo do projeto é divulgar a qualidade dos “Cafés do Brasil”.  O destaque vai para as mulheres produtoras de café. O grupo, liderado pelas cafeicultoras, promove o compartilhamento de experiências e informações. Essas mulheres já conhecem as estruturas da cooperativa, as fazendas de outras cooperadas e participaram de cursos de plantio e gestão, o que fez aumentar a participação delas dentro das próprias fazendas. A criação do grupo também vai ao encontro à tendência mundial que aponta o crescimento na demanda de cafés produzidos por mulheres no mercado nacional e internacional.

Mercado de café

Os contratos futuros de café arábica com vencimento dezembro/21, o mais negociado, encerram o mês de setembro, na Bolsa de Nova York, com desvalorização de cerca de 0,8% (165 pontos). Porém, desde o início do ano, o contrato acumula alta de cerca de 45% e 65% nos últimos 12 meses. A menor oferta global em relação à demanda impulsiona as cotações do arábica.

O mercado está de olho nas condições climáticas. Segundo informou o banco holandês Rabobank, o mercado climático manteve as cotações do café sustentadas em setembro, mas os primeiros sinais de mudança já começam a aparecer.

O dólar à vista teve alta de 0,29% na última quinta-feira do mês (30) e fechou a R$ 5,446. Foi o sétimo pregão seguido de ganhos da moeda norte-americana, que encerrou setembro com valorização de 5,30%. Segundo corretores, temores relacionados à política fiscal puxaram o dólar, que só cedeu depois de intervenção do Banco Central, a primeira desde 8 de julho, quando o dólar chegou a R$ 5,30.

O vencimento dezembro/21, na Bolsa de Nova York, fechou a US$ 1,9400 centavos de dólar por libra-peso, apresentando variação semanal negativa de 35 pontos. Na ICE Europe, o vencimento novembro/21 do café teve queda de US$ 45,00, fechando a sessão dessa quinta-feira (30) a US$ 2.126 por tonelada.

No mercado físico, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informam que as cotações do café arábica e do robusta registraram alta ontem (30). Segundo os pesquisadores, os preços do arábica foram impulsionados pelas altas dos contratos futuros e do dólar. As cotações do robusta também foram impulsionadas pelos preços externos e pelo câmbio. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e robusta se situaram em R$ 1.136,94 por saca e R$ 825,86 por saca, respectivamente, com variações semanal de 2,28% e 1,72% (Assessoria de Comunicação, 1/10/21)