02/08/2021

CNC: Balanço Semanal de 26 a 30 de Julho de 2021

CNC: Balanço Semanal de 26 a 30 de Julho de 2021

Café pode reduzir a Covid

Publicação de junho de 2021 associa consumo de uma ou mais xícaras de café a uma redução de cerca de 10% no risco de COVID-19

Liderada por pesquisadores da Northwestern University nos Estados Unidos e publicada recentemente pela revista Nutrients, a pesquisa “Dietary Behaviors and Incident COVID-19 in the UK Biobank”, em português “Comportamentos dietéticos e incidentes COVID-19 no biobanco do Reino Unido”, apontou redução de 10% no risco de contaminação pelo Coronavírus por pessoas que consomem uma ou mais xícaras de café por dia. 

“Muitas pesquisas têm se concentrado na caracterização de indivíduos com teste positivo para COVID-19 e na progressão e resultados da infecção. Indivíduos com sistema imunológico suprimido, como idosos e aqueles com comorbidades existentes, incluindo doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes e obesidade, são mais propensos a sofrer com a progressão para resultados graves de COVID-19”, diz o estudo.

Os pesquisadores exploraram recentemente uma variedade de fatores de risco para a incidência, gravidade e mortalidade de COVID-19. Os dados foram coletados em uma comunidade espanhola de 913 voluntários com idade entre 75–90 anos. Sessenta e dois casos relataram sintomas compatíveis com COVID-19; 6 deles morreram. Alto consumo de álcool e menor consumo de café e chá foram associados à gravidade da doença; outros comportamentos alimentares não foram considerados.

Os dados apresentados chamam a atenção uma vez que “consumir mais café, vegetais e ser amamentado, bem como consumir menos ingestão de carne processada, foram independentemente associados a menores chances de positividade para COVID-19”, revelam os pesquisadores. 

10% menos chances

No UKB (UKB Biobank é um recurso internacional de saúde com mais de 500.000 participantes com idades entre 37-73 anos em 22 centros em toda a Inglaterra, País de Gales e Escócia), o consumo habitual de uma ou mais xícaras de café por dia foi associado a uma redução de cerca de 10% no risco de COVID-19 em comparação com menos de uma xícara / dia. 

“O café não é apenas uma fonte importante de cafeína, mas contribui com dezenas de outros constituintes; incluindo muitos importantes para imunidade. Entre muitas populações, o café é o principal contribuinte para a ingestão total de polifenóis, em particular os ácidos fenólicos. Café, cafeína e polifenóis têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias”, destaca o estudo.  

Café tem ação antiinflamatória importante

Para os pesquisadores, “o consumo de café se correlaciona favoravelmente com biomarcadores inflamatórios, como PCR, interleucina-6 (IL-6) e fator de necrose tumoral α (TNF-α), que são também associados contra a gravidade e a mortalidade de COVID-19. O consumo de café também foi associado a um menor risco de pneumonia em idosos. Tomados em conjunto, um efeito imunoprotetor do café contra COVID-19 é plausível e merece investigação adicional”, sugerem os estudiosos.

Café é mais que uma bebida

Criadora da marca Kapeh, VANESSA VILELA, mostra como o café passou a ser matéria-prima para cosméticos

O assunto sustentabilidade não ficou de fora das discussões técnicas do evento em comemoração aos 40 anos do Conselho Nacional do Café (CNC), realizado no último dia 08 de julho, no formato virtual. Vanessa Vilela, fundadora da marca Kapeh, apresentou a palestra: “O café como você nunca viu: especiarias extraídas do café”. Vanessa é uma empresária de sucesso que viu no café mais do que uma bebida.

Localizada no sul de Minas Gerais, região tradicional no cultivo de cafés de qualidade, a Kapeh, que significa café no dialeto Maia, é hoje a única empresa de cosméticos feitos exclusivamente à base de café.

A Kapeh tem como princípio a responsabilidade socioambiental, oferecendo produtos rastreáveis e sustentáveis, que se preocupam com a proteção do meio ambiente e valorização do ser humano, além de agregar valor ao café, produto este tão importante para a economia de nosso país.

Desde então vem sendo constantemente divulgada na mídia nacional e seus produtos estão presentes em mais de 200 pontos de venda multimarcas em 18 estados brasileiros, em 5 lojas exclusivas em Minas Gerais e loja virtual, além de exportar para países como Portugal, Holanda e África do Sul.

Pesquisa pioneira

Através de uma pesquisa pioneira no Brasil, Vanessa Vilela descobriu que o café poderia ser mais do que uma simples bebida. “Foram três anos de pesquisa e desenvolvimento. Nós partimos de um estudo do zero, destrinchamos toda a composição química do grãozinho do café e vimos que esse grãozinho verde, antes da torra, é extremamente rico e benéfico para nossa pele. Foi aí que surgiu ideia de desenvolver uma empresa que agrega valor, que divulga todo o potencial desse grão que é tão nosso”, conta.

Vanessa tem formação farmacêutica e bioquímica, o que ajudou no processo de construção do produto. “Sempre fui apaixonada por cosméticos, sempre tive o sonho de ter a minha empresa nesse segmento. E aí, buscando o diferencial da marca, olhando nesse meu entorno, nessa imensidão de café, surgiu realmente a ideia: por quê não desenvolver um estudo e ver se esse grão de fato teria benefício para nossa pele? E fomos muito felizes nos resultados”.

Benefícios reais

Após realizar os estudos Vanessa Vilela encontrou característica impressionantes no café, o que considera benefícios reais para o corpo humano. “Café é três vezes mais antioxidante que um chá verde. Na verdade, é tudo que a indústria cosmética busca porque substâncias antioxidantes combatem os radicais livres que causam o envelhecimento da nossa pele. Mas não para aí: café – como é sabido e utilizado – tem altíssimo teor de cafeína. A cafeína tem efeito redutor, estimula redução de medidas, queima de gordura e, outra coisa, a cafeína é um ativo super promissor no tratamento de queda capilar porque aumenta muito o aporte de nutrientes para o folículo piloso”, explica.

Outros benefícios destacados por Vanessa foram comprovados na prática, no dia a dia de uma lavoura de café. “Nós temos no café um altíssimo teor de flavonoides (atuam como pigmentos coloridos e desempenham diversas funções, como a proteção contra raios ultravioletas que fazem uma proteção solar natural da nossa pele). Existem estudos que mostram que as mãos das mulheres que colhem o café mancham e envelhecem muito menos que o restante do corpo. São muito os benefícios do café pra nossa pele e para a cosmética”.

Sustentabilidade da fazenda ao produto final

A palestrante contou que a marca sempre busca utilizar tudo o que o café oferece para que a sua produção seja a mais sustentável possível. “No caso da Kapeh utilizamos o café na sua totalidade. A casquinha do café, até então um subproduto, tem uma película com efeito esfoliante, de estimular a renovação celular. Além disso, todo o nosso processo utiliza matéria-prima certificada”, garante Vanessa Vilela.

Segundo Vilela, o mercado de cosmético é gigante. O Brasil é o 4º maior consumidor mundial e o primeiro em perfumaria. “Ao mesmo tempo temos um mercado gigante, mas um mercado movido a novidades”, finaliza.

Pesquisa e tecnologia a favor

Silas Brasileiro, presidente do CNC, destaca que as pesquisas sobre a utilização de café em outros produtos finais são fundamentais para fomentar o tão necessário aumento de consumo. “Temos a convicção de que quanto mais o café for estudado, mais benefícios à saúde, mais produtos serão feitos tendo ele como matéria-prima. Por isso, fomentar a pesquisa, a tecnologia e a inovação são imprescindíveis para termos uma realidade mais rentável e sustentável”.

O presidente ressaltou ainda que o café vem sendo utilizado com especiarias, mudando a forma de degustação. “Há países que tem tradição em tomar café com especiarias e o Brasil está cada vez mais presente nessa mudança. As mais utilizadas são: canela, cravo da índia, capim santo, hortelã, erva doce e nibs de cacau. Isso demonstra que temos um mundo de consumo a conquistar”, finaliza Silas Brasileiro.

Acesse o site www.kapeh.com.br e veja todos os produtos cosméticos produzidos à base do café.

Os contratos futuros de café encerram a semana em alta na Bolsa de Nova York, apesar da queda nas últimas três sessões, que corrigiu excessivos ganhos anteriores. Ainda há risco de geadas nas regiões produtoras brasileiras e a especulação sobre as perdas para a safra 2022 mantém os contratos instáveis.

O vencimento setembro/21, na Bolsa de Nova York, fechou a US$ 1,9650 centavos de dólar por libra-peso, apresentando variação semanal positiva de 750 pontos. Na ICE Europe, o vencimento setembro/21 do café caiu US$ 33,00, fechando a sessão da última quinta-feira (29) a US$ 1.885 por tonelada.

O dólar comercial voltou a ceder em relação ao real, embora a moeda brasileira não tenha liderado a valorização. Em queda de 0,60%, impulsionado pelo movimento global de enfraquecimento da moeda norte-americana, o dólar à vista encerrou a sessão de ontem (29) negociado a R$ 5,079. É o menor valor de fechamento desde o dia 2 de julho. Apesar da queda, o dólar ainda acumula alta de 2,13% no mês.

No mercado físico, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informam que as cotações do café arábica e do robusta tiveram queda nessa quinta-feira (29). Segundo os pesquisadores, as cotações do arábica foram pressionadas pelas perdas no mercado futuro de Nova York e os preços do robusta pela queda na Bolsa de Londres. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e robusta se situaram em R$ 1.045,82 por saca e R$ 599,93 por saca, respectivamente, com variações de 3,67% e 5,84%.

A meteorologia mantém as previsões de risco de geadas, entre hoje (30) e amanhã (31), de moderada a forte nas áreas produtoras de café. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informa que há previsão de geadas nas áreas de maior altitude da Serra da Mantiqueira, no sul de Goiás e no centro-sul de Minas Gerais (Assessoria de Comunicação, 30/7/21)