CNC: Balanço Semanal de 7 a 11 de Fevereiro de 2022
CAFEZAL CNC 3
Projeto que altera registro de pesticidas é fundamental
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (9) projeto de lei que fixa prazo para a obtenção de registro de pesticidas no Brasil; centraliza no Ministério da Agricultura as tarefas de fiscalização e análise desses produtos para uso agropecuário; e prevê a concessão de registro temporário se o prazo não for cumprido.
Os dois ministérios (Agricultura e Meio Ambiente) e o Ministério da Saúde, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), continuam a emitir parecer para os procedimentos de registro ou mudança do pesticida, mas somente o órgão registrante (Ministério da Agricultura) poderá aplicar as penalidades e auditar empresas e institutos de pesquisa.
O Conselho Nacional do Café (CNC) concorda com a aprovação do projeto e acompanha de perto a tramitação. “O agronegócio brasileiro é destaque mundial por produzir conforme o princípio da sustentabilidade, atendendo a segurança alimentar e respeitando o meio ambiente”, explica Silas Brasileiro, presidente do CNC.
O Conselho destaca ainda que o Ministério da Agricultura, através da Secretaria de Defesa Agropecuária, é o grande conhecedor e a pasta mais indicada para tratar de autorizações e registros quanto ao uso de pesticidas. Por isso, a centralização dos registros no MAPA trará muitos benefícios.
Um deles é o fato de que cada processo de registro, atualmente três, requer o recolhimento de taxas, ou seja, a indústria repassa os custos para o produtor. Com isso, os pesticidas causam um grande impacto nos custos de produção. Outro fator é o conhecimento técnico. O Ministério da Agricultura tem técnicos altamente eficazes, que tomam por base os estudos e experimentos científicos, além dos rigorosos testes realizados antes da aprovação de um produto.
“Além desses dois aspectos citados desponta um terceiro: a celeridade do processo. Enquanto há críticas e tentativa de banimento completo de alguns produtos e princípios, a indústria investe pesadamente para que novas fórmulas, menos agressivas e mais eficazes cheguem ao mercado. Porém, o processo é tão moroso que chega a durar cerca de 8 anos. Os parlamentares que fazem oposição às mudanças propostas pelo projeto argumentam que o texto facilitará a contaminação de pessoas por agrotóxicos. Porém, quem faz oposição acreditando que está defendo o meio ambiente, está na verdade atrapalhando a evolução desses produtos”, explica Silas Brasileiro.
Para o Conselho Nacional do Café, a lista de pesticidas precisa de uma abordagem mais agronômica e equilibrada, viável às características da agricultura tropical, de forma a preservar o elevado nível de produtividade que garante uma renda digna para os produtores rurais, gerando emprego ao longo de todas as cadeias produtivas.
O CNC manifesta grande preocupação e reforça que banimentos e proibições no uso de defensivos agrícolas, sem outra opção de ingrediente ativo para a mesma finalidade, afetam diretamente a produção sustentável.
Especificamente no café
O Brasil é o principal produtor de café do mundo e o segundo maior consumidor, sendo evidente a preocupação com o acesso restrito aos ingredientes ativos necessários para o controle dos problemas fitossanitários da cafeicultura. O Conselho Nacional do Café, como legítimo representante da cafeicultura nacional, está em permanente diálogo junto ao governo, às Certificadoras e Plataformas Sustentáveis, para que se adequem à necessidade de atualização da lista de pesticidas conforme a legislação brasileira, a fim de evitar perdas econômicas e sociais.
O café brasileiro é cultivado em diversos biomas e é diretamente atingido pelas mudanças climáticas, como vem ocorrendo nos últimos anos, com forte seca nas áreas produtoras, afetando negativamente a produção, além do iminente risco do ataque de pragas e doenças atingirem os cafezais, já que o Brasil tem um clima tropical. Isso exige, muitas vezes, um combate cuidadoso para que a produtividade não seja aviltada.
Seminário importante
Em busca de união e diálogo entre governo, parlamento, academia, produtores, certificadoras e indústrias químicas, o CNC está programando um seminário a ser realizado em breve para que haja discussão ampla sobre o assunto, incluindo a sociedade civil. “Faz parte do nosso plano de ação de 2022 a realização de um amplo seminário para que possamos aprofundar mais ainda sobre os pesticidas, sua importância, seu impacto, e como podemos evoluir para produzir cada vez mais de forma sustentável”, revela Silas Brasileiro, que finaliza informando que em breve o CNC divulgará a data do seminário.
Vanusia Oliveira é eleita Diretora Executiva da OIC
Brasileira é diretora executiva da BSCA e conselheira do Conselho Nacional do Café (CNC)
Em reunião realizada nesta quinta-feira, 10, a Organização Internacional do Café (OIC) através de seus países-membros elegeu a brasileira Vanusia Nogueira como Diretora Executiva da entidade que tem sede em Londres. Ela será a primeira mulher a gestar o cargo mais alto da Organização Internacional do Café.
Vanusia tem longa caminhada na cafeicultura e é conselheira do Conselho Nacional do Café (CNC). É muito conhecida no universo do café e se destaca pela sua firme postura diante dos desafios. “Realmente é um nome de consenso. O CNC acreditou na eleição de Vanusia desde do início das tratativas. Ela é muito competente e será fundamental na representação dos interesses da cafeicultura mundial. Seu currículo por si só a credenciou para a eleição onde o objetivo principal é a reformulação da entidade”, analisa Silas Brasileiro, presidente do CNC. A direção executiva da OIC estava, atualmente, a cargo do também brasileiro José Sette.
Sobre a OIC
A Organização Internacional do Café (OIC) é a principal entidade intergovernamental para o café, reunindo governos dos países produtores, exportadores e importadores para enfrentar os desafios do setor cafeeiro mundial por meio da cooperação internacional. Seus Governos Membros representam 98% da produção mundial de café e 67% do consumo mundial.
A missão da OIC é fortalecer o setor cafeeiro global e promover sua expansão sustentável em um ambiente de mercado para o aperfeiçoamento de todos os participantes do setor. Oferece uma contribuição prática para o desenvolvimento de um setor cafeeiro mundial sustentável e para a redução da pobreza nos países em desenvolvimento ao:
- possibilitar que governos e o setor privado troquem opiniões sobre questões cafeeiras, condições e tendências do mercado e coordenem políticas em reuniões de alto nível;
- promoção da qualidade do café por meio de um Programa de Melhoria da Qualidade do Café;
- desenvolver o consumo de café e os mercados para o café por meio de atividades inovadoras de desenvolvimento de mercado;
- encorajando o desenvolvimento de estratégias para aumentar a capacidade das comunidades locais e dos pequenos agricultores;
- promoção de programas de treinamento e informação para auxiliar na transferência de tecnologia relevante para o café, facilitando informações sobre ferramentas e serviços financeiros para auxiliar os produtores;
- desenvolver e buscar financiamento para projetos que beneficiem a economia cafeeira mundial;
- promoção da transparência do mercado, fornecendo uma ampla gama de estatísticas sobre o setor cafeeiro mundial;
- fornecer informações econômicas, técnicas e científicas objetivas e abrangentes sobre o setor cafeeiro mundial.
A OIC foi estabelecida em Londres em 1963, sob os auspícios das Nações Unidas, devido à grande importância econômica do café. É regida pelo Acordo Internacional do Café (AIC), de 2007, importante instrumento de cooperação para o desenvolvimento do setor.
Sobre a direção executiva
A Diretora Executiva terá uma gestão de cinco anos. “Para o Brasil, os acordos internacionais são fundamentais para que a cooperação mundial atue estrategicamente. Estamos no país que é o maior produtor de café do mundo, além de sermos o segundo maior consumidor, e como representantes da produção, sabemos valorizar a indústria e a exportação, mas nunca se esquecendo que a produção é o primeiro passo”, finaliza Silas Brasileiro.
Veja a lista dos diretores executivos desde a fundação da OIC:
João Oliveira Santos – 1963 a fevereiro 1968
Cyril C. Spencer – Março de 1968
Alexandre Fontana Beltrão – Abril de 1968 a setembro de 1994
Celsius A. Lodder – Outubro de 1994 a fevereiro de 2002
Néstor Osorio Londoño – Março de 2002 a Outubro de 2010
José Dauster Sette – Outubro de 2010 a Outubro de 2011
Robério Oliveira Silva – Novembro 2011 a Dezembro de 2016
José Dauster Sette – Maio de 2017 até o presente momento
Mercado de café oscila e enfrenta escassez de oferta
Os contratos futuros de café arábica encerram a semana na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) em baixa. Contudo, nas três primeiras sessões desta semana, o mercado acumulou valorização de quase 7%, o maior nível em mais de dez anos. A alta recente dos preços estimulou algumas vendas por parte de produtores.
O vencimento março/22, na Bolsa de Nova York, recuou 315 pontos (1,22%) e fechou a US$ 2,5520 cents por libra-peso, apresentando variação semanal positiva de 1335 pontos. Na ICE Europe, o vencimento março/22 do café teve alta de US$ 50,00, fechando a sessão dessa quinta-feira (10) a US$ 2.279,00 por tonelada.
Os fatores que vêm impulsionando as cotações seguem sem alterações. Em decorrência das adversidades climáticas no Brasil e dificuldades logísticas, o mercado ainda enfrenta escassez de oferta. Os estoques certificados da ICE Futures atingiram o menor nível em 20 anos. Com a entressafra após um ano de bienalidade negativa, a expectativa de analistas é de que os preços continuem firmes no médio prazo. O dólar à vista fechou em leve alta de 0,29%, a R$ 5,241.
No mercado físico, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informaram que os preços do café arábica recuaram ontem (10), acompanhando a queda dos valores externos. Segundo o Cepea, vendedores se retiraram do mercado, o que reduziu a liquidez interna. Para o café robusta, os futuros operaram em baixa em algumas partes do dia, mantendo agentes afastados do mercado. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e robusta se situaram em R$ 1.535,38 por saca e R$ 827,28 por saca, respectivamente, com variações semanais de 2,96% e 0,61%.
A previsão para esta sexta-feira, de acordo com a Somar Meteorologia, é de chuva em vários momentos sobre o norte de São Paulo, centro sul de Minas Gerais, no Rio de Janeiro e Espírito Santo. O tempo fica firme no sudoeste de São Paulo. Na faixa leste paulista e no norte do Espírito Santo, a expectativa é de sol e pouca chuva (Assessoria de Comunicação, 11/2/22)