CNC: Balanço Semanal de 9 a 13/11/2020
É cedo para saber impacto da estiagem nos cafezais do Brasil
Presidente do CNC sugere atenção a produtores para não se deixarem levar por informações sem fundamentos ou que consideram parte pelo todo.
Como usualmente, esta época do ano é marcada pela intensificação de especulações a respeito da safra de café do Brasil, com agentes internacionais supervalorizando a estimativa e, internamente, líderes emergindo com discursos e cálculos cabalísticos, equivocadamente pensando que trarão alguma influência ao mercado. Assim analisa o presente cenário do mercado o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro.
Para ele, a multiplicidade de informações só tende a atrapalhar o setor, principalmente o produtor, que é o elo mais sensível da cadeia produtiva e pode ser influenciado, deixando de realizar negócios em momentos interessantes e rentáveis do mercado.
“É importante que os produtores se atentem a números oficiais e críveis e quem apresenta esses dados da produção são as reais entidades representantes de classe, como o CNC e a Comissão Nacional do Café da CNA, além dos nossos órgãos parceiros estaduais e, principalmente, a Conab”, explica Brasileiro.
O presidente do CNC enfatiza que é muito cedo para se prever o tamanho da próxima safra, principalmente porque não houve tempo hábil para analisar todo o impacto que a seca e as altas temperaturas recentes tiveram sobre as lavouras em todo o país.
“Precisamos, também, ver qual será o comportamento do clima até janeiro, pois esse é um fato decisivo para observarmos recuperação ou a depauperação de fato de lavouras que foram muito afetadas”, analisa.
Ele anota que as entidades de pesquisa e extensão vêm realizando essa apuração em seus respectivos Estados e que, por isso, não se deve dar atenção às inúmeras especulações que são lançadas nas redes sociais e na imprensa, sem fundamentos ou que levam em conta uma parte pelo todo.
“Diante dessa necessidade de tempo para apurar os reais impactos da estiagem e do calor, atendendo a um pleito do CNC, a Conab confirmou que só apresentará seu primeiro levantamento à safra 2021 de café do Brasil na segunda quinzena de janeiro, após avaliação que considerará os impactos climáticos até o fechamento de 2020”, conclui.
Café avança com suporte do dólar e de fatores técnicos
Desde a sinalização da eleição de Joe Biden, moeda americana se desvalorizou. Posteriormente, fatores técnicos deram suporte.
Os contratos futuros do café tiveram uma semana positiva nos mercados internacionais. As cotações, em Nova York, acumularam seis sessões positivas consecutivas, movimento que foi iniciado com a perda de força do dólar em função da então perspectiva de vitória do democrata Joe Biden à presidência dos Estados Unidos. Após isso, o mercado recebeu suporte de fatores técnicos e seguiu em alta, mesmo com baixa volatilidade e a recuperação da moeda norte-americana.
A alta verificada no café arábica também recebeu suporte do fortalecimento dos futuros do robusta em Londres. Os tufões que assolaram o Vietnã, maior produtor de conilon no mundo, devem atrasar a safra no país asiático, que se encontra em fase de comercialização, além de poder prejudicar a qualidade e o volume dos frutos colhidos.
Na ICE Futures US, o vencimento março/21 do café arábica encerrou o pregão de ontem a US$ 1,1295 por libra-peso, acumulando ganhos de 350 pontos em relação à sexta-feira da semana passada. Na ICE Europe, o vencimento jan/21 do robusta apresentou evolução semanal de US$ 63, fechando a quinta-feira (12) a US$ 1.413 por tonelada.
Após passar a se desvalorizar em relação a uma cesta de moedas em função da eleição do democrata Joe Biden para presidência dos EUA, o dólar comercial inverteu a tendência no Brasil a partir da última terça-feira. Segundo analistas, a divisa passou a se recuperar ante o real em função de o risco fiscal ser um limitador de eventuais novas valorizações. Ontem, a moeda fechou a R$ 5,478, acumulando alta semanal de 1,6%.
Em relação ao clima, a Somar Meteorologia prevê, para o fim de semana, continuidade das pancadas de chuva sobre o centro e o sul do Brasil, de forma mais dispersa. "Apenas na região de Vitória da Conquista (BA) o acumulado será elevado no domingo. Além disso, o fim de semana será caracterizado pelo aumento do calor", informa.
O serviço meteorológico destaca, ainda, que, na semana que vem, a partir de terça-feira, uma frente fria trará chuva mais intensa e diminuição do calor ao Paraná, São Paulo e às regiões Sul e Cerrado de Minas Gerais. Na soma de sete dias, estima-se acumulado próximo a 50mm no nordeste paranaense, em torno de 35mm na Alta Paulista, no norte do Espírito Santo e no sul da Bahia e entre 70mm e 90mm na Mogiana, em Minas e sul do Espírito Santo.
No mercado físico, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) aponta que o alto percentual da safra 2020/21 já negociado (50% a 60% de arábica comercializados até outubro) afasta os vendedores do mercado, que voltam suas atenções ao clima, visto que as chuvas continuam abaixo do esperado e o desenvolvimento preocupante da colheita futura tem levado vendedores a postergarem os negócios.
Em relação ao robusta, a entidade destaca que a liquidez no mercado tem sido superior, especialmente devido ao dólar valorizado dos últimos meses e à elevação dos preços externos em outubro. Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábicas e conilon se situaram em R$ 551,64/saca e R$ 410,65/saca, apresentando valorizações, respectivamente, de 1,6% e 0,7% (Assessoria de Comunicação, 13/11/20)
Santo e no sul da Bahia e entre 70mm e 90mm na Mogiana, em Minas e sul do Espírito Santo.
No mercado físico, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) aponta que o alto percentual da safra 2020/21 já negociado (50% a 60% de arábica comercializados até outubro) afasta os vendedores do mercado, que voltam suas atenções ao clima, visto que as chuvas continuam abaixo do esperado e o desenvolvimento preocupante da colheita futura tem levado vendedores a postergarem os negócios.
Em relação ao robusta, a entidade destaca que a liquidez no mercado tem sido superior, especialmente devido ao dólar valorizado dos últimos meses e à elevação dos preços externos em outubro. Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábicas e conilon se situaram em R$ 551,64/saca e R$ 410,65/saca, apresentando valorizações, respectivamente, de 1,6% e 0,7% (Assessoria de Comunicação, 13/11/20)