CNC foca Projeto Café Produtor de Água
A equipe técnica do Conselho Nacional do Café (CNC) esteve em Guaxupé e Alpinópolis, Minas Gerais, durante toda a última semana. A visita faz parte do processo de implantação do Projeto Café Produtor de Água, uma iniciativa do CNC – como braço operacional do setor de cooperativismo da produção de café – da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e demais parceiros.
O Programa Café Produtor de Água é uma estratégia construída da constante busca por sustentabilidade na cadeia produtiva do café e da necessidade da revitalização ambiental das bacias hidrográficas nas quais estão inseridas as regiões produtoras de café.
Tem por objetivo, criar um ambiente favorável ao estabelecimento de parcerias entre entidades que atuam no segmento da cafeicultura, com vistas a viabilizar a implementação de práticas e manejos conservacionistas e de melhoria da cobertura vegetal, que contribuam para o abatimento efetivo da erosão e da sedimentação, e para o aumento da infiltração de água no solo. Outro ponto importante é no sentido de promover a recomposição das matas ciliares.
“A ideia é ajudar o produtor nas adequações das propriedades, com isso, contribuindo para o meio ambiente. Outros pontos que buscaremos: recuperação e conservação das áreas de recarga e nascentes; melhoria da qualidade e aumento da oferta de água nas bacias hidrográficas; conservação da biodiversidade, incremento de inimigos naturais, entre outros”, explica Devanir Garcia, assessor técnico do programa.
Nessa primeira etapa, o projeto piloto desenvolvido na Cooxupé, visitou algumas propriedades rurais. “Tivemos contato com os produtores e o projeto foi muito bem recebido. Estamos agora detalhando os projetos individuais dessas propriedades para darmos início às execuções das melhorias, revitalizando mananciais nas fazendas de café. Vale ressaltar que o projeto piloto está sendo realizado em Alpinópolis, mas em breve as outras cooperativas poderão implantar nas suas regiões”, conta Devanir.
O prefeito de Alpinópolis, Rafael Freire, se reuniu com a equipe do CNC e confirmou a participação do município no programa. “Abraçamos o projeto que está sendo desenvolvido. Vamos tornar Alpinópolis o município pioneiro nesse empreendimento, levando mais infraestrutura para o nosso produtor rural, valorizando a produção do nosso café e investindo no desenvolvimento sustentável para o homem do campo”, garante Freire.
Com o apoio técnico do “Café Produtor de Água”, a prefeitura fornecerá equipamentos e mão de obra para a revitalização das estradas vicinais, com a construção de cacimbas, terraços, mata burros, além de promover a melhoria geral das condições de tráfego nas estradas rurais.
Produtores empolgados
Os produtores visitados se mostraram empolgados com o programa e já estão se preparando para colocar o projeto em prática. Segundo alguns cafeicultores essa é uma oportunidade de adquirir mais conhecimento na área ambiental. A esperança deles é melhorar as condições naturais das nascentes, das reservas e mananciais.
Para o presidente do CNC, Silas Brasileiro, a qualidade dos profissionais envolvidos no projeto será o diferencial para o sucesso do programa. “Temos uma excelente equipe trabalhando, a começar pelo Alexandre Monteiro, coordenador do Comitê de Sustentabilidade do CNC e gerente ESG da Cooxupé, que é o responsável pela coordenação do projeto piloto na região. Ele e sua ótima equipe estão sendo fundamentais para que as ideias saiam do papel e comecem a ser executadas. Destacamos também o trabalho do Mauro José Monteiro Pinheiro, gerente da filial da Cooxupé em Alpinópolis, que tem sido o elo preponderante entre os gestores do programa e a região escolhida para o projeto piloto”.
Mateus Franco Severino, do departamento de ESG Cooxupé, explica o motivo da escolha do município de Alpinópolis para o início da implantação do projeto. “Os projetos da Cooxupé costumam ser em torno da matriz, em Guaxupé. O Produtor de Água a gente queria fazer em uma área mais afastada e que tivesse produtores interessados pelo projeto. A bacia do Ribeirão Conquista, em Alpinópolis, aconteceu por conta dos produtores que são muito envolvidos e engajados, além da equipe técnica que está lá, para dar todo o suporte necessário para que eles possam desenvolver essas atividades”, argumenta.
A assessora técnica do CNC, Natalia Carr, avaliou como positivo o primeiro contato com os produtores. “Estamos extremamente felizes e empolgados após essa primeira visita. Os produtores se mostraram muito abertos e interessados em promover melhorias nas suas propriedades, para que haja uma revitalização dos mananciais. Não temos dúvida de que o programa será um grande sucesso”, avalia.
Responsável pelo programa, Carr explica quais serão os próximos passos do trabalho. “Vamos fazer todo o mapeamento com a identificação das áreas, através do Cadastro Ambiental Rural, que são suscetíveis à implantação de projetos ambientais. Iremos desenhar o projeto individual por propriedade, auxiliar no plantio de mudas para revitalização da mata ciliar, além de implantar ações como bacias de contenção, principalmente em carreadores em áreas de alta declividade”.
Silas Brasileiro, presidente do CNC, afirma que muitas empresas públicas e privadas estão interessadas em financiar o programa devidos os resultados que serão obtidos. “Já nesse primeiro momento estamos fazendo muitos contatos com entidades públicas, empresas privadas, além de grandes marcas que demonstraram interesse em fazer parte desse projeto. Temos a certeza que serão colhidos os melhores frutos nesse programa, já que se trata de uma ação ambiental inovadora para a cafeicultura, ainda mais pela dedicação, capacidade e desprendimento do presidente Carlos Augusto Rodrigues de Melo, do vice-presidente, Osvaldo Bachião Filho, do superintendente Lúcio de Araújo Dias, além de toda a diretora e equipe técnica da Cooxupé”, analisa.
CNC recebe visita de embaixador de Israel
O Conselho Nacional do Café (CNC) recebeu na última semana (17/02), em sua sede, o Embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine e o Assessor de Agronegócios & Água, Ari Fischer. A comitiva foi recebida pelo presidente do CNC, Silas Brasileiro, que destacou a importância de encontros como esses para o fortalecimento dos laços comerciais e técnicos com outros países.
“Israel é um país com enorme ligação com o Brasil. São nações que se dão muito bem, tanto política como comercialmente. O embaixador e o assessor de agronegócios estavam muito interessados em entender os mais diversos aspectos que permeiam a cafeicultura”.
Na oportunidade, os Israelenses buscaram mais informações sobre a produção brasileira de café. Por ser uma terra árida, a produção agrícola israelita é altamente tecnificada, com o uso constante de equipamentos para irrigação. Assim, dúvidas surgiram sobre como o café brasileiro é produzido em terrenos como o Cerrado, que também apresenta aridez no solo.
Intercâmbio
Durante a visita ao CNC, Daniel Zohar propôs uma transferência de tecnologia de Israel para o Brasil, utilizando as cooperativas como base de apoio para se chegar às áreas de produção. “São equipamentos avançados, como drones, que possibilitam o levantamento de produtividade das lavouras, verificam a incidência de pragas e doenças nas plantas, além de possibilitar a pulverização de nutrientes através do sistema de equilíbrio no fornecimento de água com a necessidade da planta”, conta Silas Brasileiro.
Em contrapartida, Israel quer aprofundar um pouco mais na gestão do processo cooperativista, já que o Brasil é um grande modelo de trabalho intercooperativo. Os israelenses se mostraram bastante interessados em visitar a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e algumas das cooperativas como a Cooxupé, a Minasul e o Cerrado Mineiro. “O contato com o agronegócio não é uma novidade para o Embaixador de Israel, que antes de se tornar diplomata, era presidente de uma cooperativa de produtores de leite, ovos e frutas. Portanto, ele conhece a realidade e há uma grande possibilidade de intercâmbio de profissionais num futuro breve”, explicou o presidente do CNC.
A invasão da Ucrânia por tropas russas provocou uma liquidação de ativos de risco e investidores migraram para ativos mais seguros como o dólar. A moeda norte-americana, por sua vez, fez despencar os futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O vencimento maio/22 perdeu 965 pontos (3,90%) e terminou em 237,90 cents/lb. Após quatro quedas consecutivas, o dólar fechou a quinta-feira (24) em alta de 2,02%, a R$ R$ 5,1052. Além dos estoques da ICE Futures US, outros fatores como a oferta global escassa, boa demanda e dificuldades logísticas, podem dar suporte às cotações.
O vencimento março/22, na Bolsa de Nova York, fechou a US$ 2,3935 centavos de dólar por libra-peso, apresentando variação semanal negativa de 750 pontos. Na ICE Europe, o vencimento março/22 do café teve alta de US$ 17,00, fechando a sessão dessa quinta-feira (24) a US$ 2.288,00 por tonelada.
No mercado físico, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informaram que os preços do café arábica recuaram ontem (24) pressionados pela queda expressiva dos futuros da variedade (1,2%). Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e robusta se situaram em R$ 1.425,53 por saca e R$ 802,01 por saca, respectivamente, com variações semanais de -2,79% e -2,17%.
A Somar Meteorologia informa que, nesta sexta-feira (25), o tempo segue firme sobre áreas do leste de São Paulo e no sul do Rio de Janeiro. Já em Minas Gerais e no centro-sul do Espírito Santo, pode ocorrer sol e pancadas de chuva com risco de trovoadas. No norte mineiro e norte capixaba, sol e chuva fraca. Para o sábado (26), a previsão é de sol e calor na região Sudeste do Brasil e chuva forte no oeste e sul de São Paulo. No Espírito Santo, faz sol e depois chuva fraca e passageira. Nas demais regiões, sol e pancadas de chuva típicas de verão. Para o domingo (27), a previsão é de tempo firme no norte de Minas Gerais e no litoral entre São Paulo e Rio de Janeiro. No litoral do Espírito Santo, o sol predomina com chance de chuva rápida e isolada (Assessoria de Comunicação, 25/2/22)