CNC inicia estruturação de seu plano de ação 2021
O Conselho Nacional do Café (CNC) estruturará, em conjunto com suas cooperativas associadas, um plano de ação com foco em estatísticas, pesquisa e tecnologia, sustentabilidade e comunicação.
Essa estratégia começou a ser discutida esta semana com o conselho diretor. “Cada uma dessas áreas de trabalho será desenvolvida por um comitê específico, que servirá como ambiente construtivo para discussão, promoção da intercooperação e proposição de ações em temas prioritários para a cafeicultura brasileira”, revela o presidente Silas Brasileiro. “Tudo isso alinhado com o propósito e a visão de futuro da entidade”, completa.
CARA NOVA
O Conselho apresenta, hoje (29), um dos trabalhos realizados para fomentar as ações do Comitê de Comunicação. Trata-se do novo site do CNC, com visual e acessibilidade otimizados que permitem uma melhor navegação e possibilitam que os internautas confiram as ações da entidade, números relativos ao setor, índices de mercado e resoluções governamentais.
O espaço valoriza os associados do CNC, traz notícias do Conselho, dos membros e do mercado, as atualizações referentes ao Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), todas as edições do caderno “Especial Café”, que a entidade realiza em parceria com a Fundação Getúlio Vargas na Revista Agroanalysis, as Resoluções do Banco Central vinculadas ao café, os vídeos do Canal CNC no YouTube, os indicadores do mercado e as informações institucionais.
ESTATÍSTICAS
Uma das intenções com a criação do Comitê de Estatísticas é fazer com que os membros atuem em sinergia com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), entidade responsável pelo levantamento oficial das safras brasileiras de café.
“Por meio dos recursos do Funcafé, que disponibilizamos através do (Conselho Deliberativo da Política do Café) CDPC, a Conab realiza um trabalho muito competente. Temos o intuito de aproximar nossas cooperativas da Companhia para otimizar o serviço de levantamento e apuração dos dados, transmitindo ainda mais transparência e credibilidade ao mercado”, informa Brasileiro.
SUSTENTABILIDADE
Em relação à sustentabilidade, um dos pontos a serem trabalhados pelo Comitê são as certificações. Nessa frente, o CNC deu continuidade, na quarta-feira (27), às discussões iniciadas com a Rainforest Alliance, no ano passado, para melhoria da Norma de Agricultura Sustentável 2020, visando a ajustes para a realidade nacional.
Essa foi uma primeira reunião como parte ouvida no estudo em andamento, na qual o CNC expôs os resultados de um trabalho de alinhamento realizado com o setor cooperativo de café, voltado ao equilíbrio entre as dimensões econômica, ambiental e social da sustentabilidade, preservando os níveis de produtividade das propriedades, componente fundamental da renda dos produtores.
O Conselho também apresentou que os cafeicultores precisam ter condições para continuar controlando, de forma ágil, segura e efetiva, surtos de pragas e doenças, que estão cada vez mais imprevisíveis devido às mudanças climáticas.
O estudo em desenvolvimento pela Rainforest Alliance envolve vários agentes da cadeia produtiva do agronegócio café do Brasil e resultará em ajustes na Norma de Agricultura Sustentável 2020 à realidade brasileira. A expectativa é que esse processo seja concluído no primeiro semestre de 2021.
PARCERIAS
Em 2020, o CNC firmou Acordo de Cooperação Técnica com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) para ampliar a assistência a produtores, técnicos e cooperativas cafeeiras mineiras. Os trabalhos fluíram de maneira tão sinérgica e exitosa que a instituição congratulou o Conselho Nacional do Café com uma placa de “Parceiro Destaque”.
A honraria foi concedida pela Emater-MG ao CNC pelo fato de a parceria potencializar políticas públicas e soluções sustentáveis, as quais promovem inovações na cafeicultura, com impactos significativos na qualidade de vida, na dignidade e no empreendedorismo dos mineiros, em especial dos produtores rurais e agricultores familiares.
“Sentimo-nos lisonjeados. Todos são conhecedores da importância da cafeicultura para o Brasil e principalmente para Minas. A relevância de nossa parceria se dá pela contribuição nas exportações do Estado, na geração de receitas e, especialmente, na geração de empregos. O café gera cultura, labor, renda e riquezas para o nosso País, por isso desenvolveremos um trabalho profícuo junto à nova presidente, Luisa Barreto, para que os cafeicultores mineiros sigam contemplados com os frutos do nosso acordo”, finaliza o presidente do CNC.
OIC analisa mercado cafeeiro pela ótica da Cadeia Global de Valor
Medida finda dicotomia de países “exportadores” e “importadores” para uma análise mais profunda da complexa dimensão do comércio internacional
O Conselho Nacional do Café (CNC) acompanhou, ontem (28), o evento virtual de celebração da filiação do Reino Unido à Organização Internacional do Café (OIC), oportunidade em que foi lançado o Relatório sobre o Desenvolvimento do Café de 2020, intitulado ” O Valor do Café”.
A rápida filiação à OIC, em 1º de janeiro deste ano, imediatamente após o Brexit, reforça os laços e a interação de longa data entre o Reino Unido e a Organização e a relevância do setor café para a nação – o consumo é de 37 bilhões de xícaras por ano, movimentando £ 11 bilhões, com a geração de mais de 150.000 empregos.
O VALOR DO CAFÉ
O segundo relatório do desenvolvimento setorial publicado pela OIC inova ao analisar o setor cafeeiro e suas mudanças estruturais pela ótica da Cadeia Global de Valor (CGV). Dessa forma, sai-se da tradicional dicotomia de países “produtores-exportadores” e “importadores-consumidores” para uma análise mais profunda da complexa dimensão do comércio internacional do café.
O resultado das análises mostrara que, atualmente, mais países estão participando do comércio global de café na comparação com 30 anos atrás. Nações não produtoras aumentaram significativamente suas exportações e o comércio internacional do produto industrializado cresceu mais substancialmente que o de café verde. Esse avanço tem sido impulsionado por um pequeno número de países que capturam uma substancial parcela de valor da cadeia global.
FORÇA DO COOPERATIVISMO
O relatório também aponta a importância do cooperativismo para a geração de renda e integração dos cafeicultores à cadeia global de valor. Produtores organizados em cooperativas têm acesso mais eficiente a insumos, conhecimento, tecnologias e mercados, gerando agregação de valor local e encurtando a cadeia de abastecimento.
Nesse cenário, o desenvolvimento das cadeias de valor locais, com a expansão do consumo, oferece oportunidades adicionais de renda para pequenos agricultores. “Os dados comprovam o que temos demonstrado reiteradamente em nossas participações em eventos e reuniões da OIC: as cooperativas de café são um importante diferencial para a sustentabilidade e à competitividade da cafeicultura brasileira, contribuindo sobremaneira para a geração de renda para os produtores”, destaca o presidente do CNC, Silas Brasileiro.
Futuros do café permanecem estáveis no mercado internacional
Os contratos futuros do café arábica encerram a semana estáveis, mas mantendo certa firmeza nesse fechamento de janeiro, flutuando entre US$ 1,20 e US$ 1,25 por libra-peso no vencimento mais líquido, o março/21.
De maneira geral, as cotações vêm oscilando sob pressão da força do dólar, em meio aos entraves políticos e fiscais no Brasil, e recebendo suporte da sensação de menor oferta mundial, com perdas significativas no Brasil, na América Central e no Vietnã.
No fechamento de ontem (28) da Bolsa de Nova York, o vencimento março/21 encerrou o pregão a US$ 1,24 por libra-peso, com modesta queda de apenas 5 pontos. Na ICE Europe, o vencimento março/21 do café robusta recuou US$ 7 na comparação com a sexta-feira anterior, finalizando a sessão a US$ 1.303 por tonelada.
A consultoria Capital Economics divulgou, ontem, relatório no qual aponta que o real brasileiro não deve ter muito mais espaço para se desvalorizar em relação ao dólar.
Nesta semana, a divisa se depreciou, à medida que o governo voltou a sinalizar responsabilidade fiscal e o Banco Central apontou para a possibilidade de os juros subirem antes do previsto. No fechamento do dia, a moeda foi cotada a R$ 5,4357, com recuo semanal de 0,8%.
No mercado físico, o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para o café arábica voltou a quebrar seu recorde nominal. Segundo os analistas, o avanço é influenciado pelo comportamento do dólar, por certo aumento na procura e, principalmente, pela retração vendedora, este último, portanto, sendo um limitador da liquidez.
Os indicadores do Cepea para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 662,22 por saca – maior nível do levantamento iniciado em 1996 – e R$ 422,48 por saca, respectivamente com valorizações de 0,6% e 0,8% no comparativo com o final da semana antecedente.
Em relação ao clima, a Somar Meteorologia indica que as temperaturas se elevarão nos próximos dias no cinturão cafeeiro do Brasil e ocorrerão chuvas fracas.
Na próxima semana, a partir do dia 4 de fevereiro, as precipitações retornam com intensidade em São Paulo. Com o avanço de uma frente fria, Minas Gerais e o sul do Espírito Santo também receberão água nos primeiros 10 dias do próximo mês (Assessoria de Comunicação, 29/1/21)