11/02/2020

Cofco não vê recuperação na safra de açúcar da Tailândia no curto prazo

Cofco não vê recuperação na safra de açúcar da Tailândia no curto prazo

Legenda: Plantação de cana-de-açúcar ao norte de Bangkok, na Tailândia

 

A trading chinesa de commodities Cofco não vê uma recuperação na safra de açúcar da Tailândia no curto prazo, disse o diretor-gerente de “softs” da empresa, Marcelo de Andrade, durante evento do setor em Dubai.

A produção de açúcar da Tailândia na temporada 2019/20 deve cair 28% na comparação com o ano anterior, para uma mínima de nove anos de 10,5 milhões de toneladas, com a seca reduzindo a oferta de cana.

A menor produção deve limitar exportações do segundo maior exportador global, dando suporte aos preços globais do adoçante.

A trading de açúcar Alvean também disse que é muito cedo para dizer se a safra tailandesa terá uma recuperação na temporada 2020/2021.

“A temporada de plantio em algumas regiões passou e a falta de água afetou alguns desses plantios”, disse à Reuters o diretor comercial da Alvean, Mauro Angelo, nos bastidores da conferência em Dubai.

“Se ela se recuperar, não será muito”, afirmou ele.

Safras ruins na União Europeia, Tailândia, Índia e Estados Unidos ajudaram a apertar a oferta, e há expectativas generalizadas de que o mercado global terá um déficit em 2019/20.

O chefe da área de açúcar da Louis Dreyfus, Enrico Biancheri, disse que o mercado precisa de uma oferta maior do Brasil e que os preços devem seguir elevados, após o aperto na oferta ter levado as cotações para máximas de dois anos.

“Eu acredito que precisamos de mais produção no Brasil e que isso significa preços mais altos mesmo com os atuais preços do petróleo”, afirmou.

O Brasil, maior exportador global de açúcar e segundo maior produtor, deve produzir mais açúcar devido à alta dos preços, que torna mais lucrativa a fabricação do adoçante frente ao etanol.

Os números da produção brasileira serão chave para o mercado de açúcar e os preços, disse o diretor da LMC International, Martin Todd.

“(Dependerá de) qual sinal o mercado mandará em termos de prêmio do açúcar sobre o preço do etanol. O Brasil pode produzir mais açúcar do que tem feito, e há até um risco de que ele possa produzir demais”, afirmou ele em um painel no evento (Reuters, 10/2/20)