02/10/2024

Com condições favoráveis, China acelera compras de soja nos EUA

Com condições favoráveis, China acelera compras de soja nos EUA

SOJA EUA -Foto Reprodução - Pixabay

 

Asiáticos antecipam importações porque Brasil tem pouco produto para exportar.

China acelera as compras de soja no mercado dos Estados Unidos, como mostram os registros de antecipação de exportação para o país asiático.

Os americanos venderam 6,8 milhões de toneladas para os chineses, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Pelo ritmo das últimas semanas, as exortações desta safra comercial de 2024/25, que teve início em 1° de setembro, deverão superar as de 2023/24. Há um ano, as vendas antecipadas dos Estados Unidos para a China estavam em 7,5 milhões.

Segundo avaliações da AgRural, os preços da soja americana estão interessantes para os compradores chineses. Além disso, o Brasil tem pouca soja para embarcar até janeiro.

O volume comercializado entre China e Estados Unidos nesta safra, no entanto, ainda é o menor para a época do ano desde 2019, quando a guerra comercial entre os dois países estava em curso.

Dados desta terça-feira (1) da Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) indicam que o Brasil exportou 89,5 milhões de toneladas de soja até o final de setembro, um volume 3% superior ao do mesmo período de 2023.

No ano passado, um período de recorde de produção, as vendas externas brasileiras somaram 101 milhões. Neste ano, a safra foi frustrada e não atingiu os patamares esperados. Mesmo assim, o ritmo de vendas está aquecido.

Os americanos vão ter mais produtos para exportar na safra 2024/25, após a quebra de produção na anterior. Os dados do Usda desta semana apontam que a colheita está adiantada, atingindo 26% da área plantada, e 64% da safra estão em condições boas e excelentes.

O tempo seco vigente nestas semanas dará mais ritmo à colheita, que, após terminada, deverá render o recorde de 125 milhões de toneladas.

Uma boa notícia para o produtor é que os estoques físicos trimestrais ficaram em 9,3 milhões de toneladas no início de setembro, abaixo do que era previsto.

O consumo americano em 2023/24 recuou para 112 milhões de toneladas, o menor em quatro anos, devido à quebra de safra no período anterior.

Saindo do foco

O secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, em visita à Europa, avisou que a agricultura dos Estados Unidos não devasta florestas, portanto deve ficar da lei antidesmatamento, que entra em vigor no início de 2025. Mais pressão sobre o Brasil.

Soja na cana

O analista Vlamir Brandalizze afirma que parte das áreas de cana queimadas nos recentes incêndios poderá ir para a soja. Se isso ocorrer, a área total com a oleaginosa poderá ficar próxima de 48 milhões de hectares (Folha, 2/10/24)