Com isolamento em casa, mundo consome mais arroz na pandemia
ARROZ Foto CyberCook
Volume anual consumido por pessoa volta ao patamar de há nove anos.
O consumo mundial de arroz per capita subiu na pandemia e voltou ao patamar de há nove anos. A permanência das pessoas isoladas nas residências elevou o consumo deste cereal para 54 quilos por ano.
O volume do produto destinado ao consumo humano é de 429 milhões de toneladas na safra 2022/23, um patamar recorde. Já o cereal destinado à alimentação animal está em queda.
Os dados são do Amis, um sistema de informações de mercado ligado à FAO, divulgados nesta quinta-feira (7).
O órgão mostrou ainda que o volume de milho para a alimentação humana também vem crescendo, atingindo o recorde de 146 milhões de toneladas, 18,40 quilos per capita.
Já o consumo médio de trigo por pessoa se mantém estável, uma vez que o produto está com intensos reajustes nos preços nos últimos anos.
Mesmo assim, o consumo humano continua alto, atingindo 535 milhões de toneladas. Já o cereal destinado à alimentação animal, devido aos pesados custos na composição da ração, recua para 145 milhões nesta safra.
Os estoques de produtos, comparados ao consumo, indicam um aperto, o que vai exigir boas safras pela frente para uma recuperação deles. Na média, esses estoques representam 29,7% do consumo, o menor patamar em dez anos.
Ao avaliar as safras de arroz, milho, soja e trigo, o Amis estima um recuo na produção de trigo, em 2022/23, para 770 milhões de toneladas. A produção de milho cai para 1,19 bilhão; e a de arroz, para 520 milhões. A de soja, no entanto, sobe para 388 milhões de toneladas.
À exceção do arroz, os preços dos alimentos subiram muito nos últimos 12 meses no mercado internacional. A liderança ficou com a alta de 42% do trigo, enquanto milho e soja tiveram reajustes de 26% e de 17%, respectivamente. O preço do arroz caiu 2% no período.
No Brasil, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou nesta quinta-feira a estimativa da safra nacional de grãos de 2021/22.
O volume fica em 272,5 milhões de toneladas, 7% acima do registrado no ano passado, mas abaixo da previsão inicial, que era de pelo menos 290 milhões.
A safra de milho, graças ao aumento da produção na safrinha, se recupera e atingirá o recorde de 116 milhões de toneladas. Já a de soja cai para 124 milhões, 10% abaixo do volume produzido no ano anterior.
O potencial de produção da oleaginosa era de 145 milhões de toneladas, mas as lavouras foram prejudicadas por forte seca (Folha de S.Paulo, 8/7/22)