18/07/2024

Com queda de preço no campo, alimento zera inflação em São Paulo

Com queda de preço no campo, alimento zera inflação em São Paulo

Banca de vegetais em um mercado - Unsplash

 

Dados da Fipe indicam que a alimentação teve queda de 0,5% nos últimos 30 dias.

Os alimentos caem no campo, sobem menos no varejo e levam a inflação a uma taxa zero nos últimos 30 dias. É a menor taxa inflacionária desde agosto do ano passado. Os dados são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que pesquisa preços em São Paulo.

A instituição tem um sistema quadrissemanal de acompanhamento de preços, sempre apontando a variação média de quatro semanas em relação às quatro imediatamente anteriores. À medida que entra uma semana nova, sai a última da lista

No período de 16 de junho a 15 de julho, em relação aos 30 dias imediatamente anteriores, o preço médio dos alimentos recuou 0,5% na capital paulista, a menor taxa desde outubro do ano passado.

Os produtos industrializados, embora com força menor, ainda estão em alta. Já os "in natura" lideram as quedas no período.

Mais uma vez o clima é um dos fatores de alteração de preços. Desta vez, provocando recuo. O inverno mais quente provoca a chegada antecipada da produção, elevando a oferta em um período de demanda menor.

Nos cálculos da Fipe, os preços dos hortifrútis tiveram um recuo de 5,3% no período, provocado pela queda de preços das frutas, legumes, verduras, batata e cebola.


O tomate, sempre presente na formação da inflação, ora com altas acentuadas ora com quedas, ficou 21% mais barato nos últimos 30 dias, segundo a instituição de pesquisa.

No setor de verduras, o destaque foi a retração de 8% da alface. A oferta de produto é grande, mas a demanda é menor nesse período de frio, segundo análise do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Outra queda significativa de preços foi a do mamão, que também ficou 21% mais barato. A boa oferta, em um período de demanda fraca, faz o produtor descartar os frutos de menor tamanho.

O leite apresenta uma tendência de queda, uma vez que a oferta melhora. Com retração desde novembro do ano passado, a captação do produto voltou a subir no campo. Nos supermercados, após alta de 7% em junho, o leite longa vida está com aumento acumulado de 0,8% em 30 dias.

O arroz, motivo de preocupação após as enchentes no Rio Grande do Sul, está com preços estáveis no campo e no varejo. Já o feijão, com boa oferta, cai 5%.

Mas há pressões vindo para o bolso do consumidor. O café voltou a subir, e o produto tipo robusta atinge preço nominal recorde, puxando também o do arábica. Oferta menor nos países produtores e demanda maior, inclusive da China, impulsionam os preços (Folha, 18/7/24)