Como foi o ano de 2024 para o agro e o que vem pela frente em 2025
ROBERTOOBERTO RODRIGUES FOTO KELSEN FERNANDES
Por Roberto Rodrigues
O El Niño e as chuvas no Rio Grande do Sul foram destruidores de lavouras e de renda de milhares de agricultores
Dezembro é tempo de avaliar o ano que passou e perscrutar o que vem vindo. Para o agro, foi um ano complicado: a maior tragédia foi a inundação do Rio Grande do Sul. Indescritível. Em compensação, o heroísmo do povo gaúcho apoiado pelo Brasil inteiro foi testemunho do vigor da luta pela reconstrução e da solidariedade nacionalista integral. Uma força que orgulha.
O El Niño foi outro destruidor de lavouras e de renda de milhares de agricultores, sobretudo porque a seca que trouxe veio acompanhada de baixos preços dos grãos. Incêndios criminosos e invasão de terras no Sul retomaram a anacrônica questão da insegurança jurídica no campo.
Malgrado esse cenário pouco simpático, o agro brasileiro tem o que celebrar. No G-20, realizado em novembro no Rio de Janeiro, 82 países assinaram, por iniciativa do Brasil, uma aliança global para reduzir a fome e a pobreza em todo o mundo. Pode ser um processo lento e complexo, mas o relevante do fato é que nosso País assumiu finalmente o protagonismo de liderar essa campanha graças ao testemunho que vem dando há anos de produzir alimentos com sustentabilidade.
Por outro lado, a reeleição de Pedro Lupion para mais dois anos na presidência da aguerrida Frente Parlamentar da Agropecuária (composta por mais de 300 parlamentares) assegura a defesa das causas legítimas do agronegócio nacional, seja dentro do Parlamento, seja nos embates com os demais poderes da República.
Agronegócio brasileiro terá reforma tributária, seguros, COP-30, marco temporal e mais para ser discutido em 2025. Foto Dida Sampaio – Estadão
Mormente porque a vice-presidência da Frente junto ao Senado seguirá nas mãos competentes da grande heroína do setor na Câmara Alta, a senadora Tereza Cristina. E a vice-presidência pela Câmara dos Deputados caberá ao brilhante Arnaldo Jardim, que acaba de ganhar o prêmio de melhor congressista do ano no ranking dos políticos.
Com esse trio e mais seus bravos companheiros da FPA, estamos garantidos para as batalhas de 2025, quando serão debatidos: a regulamentação da reforma tributária e seus efeitos sobre o campo, a reciprocidade face a legislações como o green deal europeu, a implementação de um seguro rural digno do imponente agro brasileiro, a segurança jurídica no campo, o instável Marco Temporal das terras para indígenas, a participação na COP-30, o apoio à ciência e tecnologia, e tantos outros temas, para os quais teremos também a solidariedade do ministro da Agricultura, que já demonstrou firmeza no desastrado e infantil episódio do Carrefour, de todos conhecido.
Com tudo isso, 2025 nos encontrará preparados para o que der e vier (Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura é professor emérito da Fundação Getúlio Vargas; Estadão, 8/12/24)