Como o governo prevê recuperar áreas degradadas da Amazônia e do Cerrado
áreas degradadas da Amazônia -Foto Blog JW Rural
Por Poliana Casemiro
Produtor receberá financiamento para que locais desmatados pela exploração de gado voltem a ser produtivas ao setor. Ambientalistas questionam a fiscalização e a segurança dos biomas.
Com a justificativa de frear o desmatamento no país, o governo federal aposta em um programa que pretende recuperar áreas de pastagens degradadas em todos os biomas brasileiros, incluindo a Amazônia e o Cerrado, com a criação de gado, o cultivo de culturas, como soja e milho, e até a madeira para corte.
Controversa, a medida é vista com ressalvas por ambientalistas porque, na prática, vai ajudar produtores - empresas e agricultores (pequenos e grandes) - a obterem financiamento externo, via BNDES, para investir em áreas que foram exploradas ao limite pela própria pecuária e agricultura, perderam a sua capacidade de produção e acabaram abandonadas.
➡️ A área incluída na medida é de 40 milhões de hectares. Ou seja, é maior que o maior que o estado de Mato Grosso do Sul. No total, o país tem 160 milhões de áreas de pastagens degradadas em todos os biomas. (Veja abaixo)
As pastagens degradadas são áreas que eram usadas para a criação de gado e plantio, mas que foram exploradas ao limite até o solo perder a capacidade de produção.
O projeto do governo federal vai liberar a criação de gado e agricultura nessas áreas.
No país, a área de pastagens degradadas representa quase 163 milhões de campos de futebol.
O projeto do governo vai destinar à agropecuária territórios em todos os biomas brasileiros. Não estão incluídas terras indígenas, unidades de conservação, por exemplo.
Na Amazônia, há 57 milhões de hectares em áreas degradadas. Isso corresponde a 57 milhões de estádios de futebol.
No Cerrado, há 51 milhões de hectares de áreas de pastagens degradadas.
Na Caatinga, são 23 milhões de hectares de áreas degradadas.
No Pantanal, existem 2,2 milhões de hectares de áreas degradadas.
Nas áreas da Mata Atlântica existem 29 milhões de hectares em áreas degradadas.