28/04/2022

Conab vê alta de 15% na produção de açúcar do Brasil em 2022/23

Conab vê alta de 15% na produção de açúcar do Brasil em 2022/23

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A safra de cana do país deverá ter um aumento de 1,9%, para 596 milhões de toneladas.

 A produção brasileira de açúcar na nova temporada 2022/23 deverá aumentar 15%, para 40,3 milhões de toneladas, com usinas destinando mais cana para a fabricação do adoçante e menos para etanol, cujo volume deverá cair no ciclo iniciado em abril, estimou hoje (27) a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

 Já a safra de cana do país deverá ter um aumento de 1,9% em 2022/23, para 596 milhões de toneladas, com uma recuperação da produtividade que mais do que compensará uma redução na área plantada afetada pela maior concorrência de lavouras de soja e milho.

 A safra de cana da região Centro-Sul, que responde pela maior parte da produção, deverá ter crescimento de 1,7%, para 539 milhões de toneladas. A produção de açúcar do centro-sul deverá crescer 13,3%, para 36,4 milhões de toneladas.

  No Brasil, a destinação de cana para ao açúcar deverá crescer 14%, para 296,9 milhões de toneladas, com a Conab citando “boas margens de lucro” do adoçante e “muitos contratos a serem cumpridos“.

“O aumento das cotações internacionais do açúcar na safra 2021/22 colaborou para a venda antecipada de grande parte da produção da safra 2022/23 no mercado futuro, fator que também pode favorecer o crescimento das exportações nesta temporada”, notou a Conab.

 De outro lado, a estatal prevê uma redução de 7,9% no volume da matéria-prima para etanol, a 299,18 milhões de toneladas –a diminuição expressiva pode surpreender alguns, que estimam que o mix para o biocombustível aumentará na nova temporada.

 Dessa forma, a produção de etanol de cana do Brasil em 2022/23 deve recuar 7,4%, a 24,8 bilhões de litros, enquanto cairá 6,7% no centro-sul, para 22,97 bilhões de litros.

  De outro lado, a Conab apontou aumento de 10,7% na produção de etanol de milho do Brasil, para 3,8 bilhões de litros, com novos projetos entrando em operação.

 Isso não será suficiente para evitar uma queda de 5,3% na produção total do biocombustível (de cana e milho), para 28,66 bilhões de litros.

 A área plantada com cana-de-açúcar do Brasil em 2022/23 deve cair 1,3% para 8,2 milhões de hectares, por concorrência com grãos, segundo a Conab.

 “A grande procura por áreas para o cultivo de soja e milho, devido aos preços atrativos dos grãos, foi apontada como o principal motivo para a perda de 108 mil hectares de área de produção, mesmo com um cenário positivo para o setor sucroenergético, com preços atrativos para o açúcar e etanol”, disse.

 A Conab projeta aumento de 3,2% na produtividade média da colheita de cana no Brasil em 2022/23, para 72.609 quilos por hectare (Reuters, 27/4/22)


A produção de açúcar do Centro-Sul na 1ª quinzena de abril deve ser de 279 mil toneladas

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A produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil deve totalizar 279 mil toneladas na primeira quinzena de abril, 56% menos do que em igual período de 2021, de acordo com sondagem da S&P Global Commodity Insights com dez analistas.

 "O início da colheita 2022/23 deve ter a menor moagem de cana-de-açúcar desde a safra 2014/15", disse em nota a Platts Analytics, da S&P Global. "O processamento abaixo da média tanto em 2014/15 quanto na safra atual 2022/23 foi causado por chuvas abaixo da média."

A expectativa é que o total de cana-de-açúcar processado na quinzena seja de 9,47 milhões de toneladas, recuo de 39,6% na comparação anual. A expectativa de mix é de 28,3% para açúcar, ante 38,7% em igual quinzena de 2021. "Produtores brasileiros devem aproveitar os altos preços de etanol durante os primeiros estágios da colheita, mas a expectativa de longo prazo é de que as usinas maximizem a produção de açúcar durante a segunda metade da temporada", disse a consultoria.

Para a qualidade da cana, medida pelo volume de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), a expectativa é de queda de 0,8% na comparação anual, para 108,76 kg/t na primeira quinzena de abril.

Quanto ao etanol de cana e de milho, a projeção é de que sejam fabricados 539,4 milhões de litros na primeira metade de abril, recuo anual de 27%. O biocombustível hidratado deve totalizar 454 milhões de litros na quinzena, queda de 27,8% na comparação anual, enquanto o anidro deve recuar 29,9%, para 76 milhões de litros (Broadcast, 27/4/22)