Condições das lavouras de milho e trigo do Paraná pioram mais após geadas
Legenda: Milho afetado por geada na região de Maringá, norte do Paraná - Paulo Muzzolon/Folhapress
Culturas sofrem com temperaturas baixas e seca, e safra deve ser reduzida.
As condições das lavouras de milho e trigo do Paraná pioraram após as geadas da semana passada, de acordo com dados de Departamento de Economia Rural (Deral), divulgados nesta terça-feira (3).
A safra de trigo, que teve um bom início no estado que é o principal produtor do cereal do país, vem se degradando em meio a impacto das geadas. Já o milho, também atingido pelo frio intenso, havia sido também afetado pela seca.
Agora 64% das lavouras de trigo estão em boas condições, versus 90% na semana anterior. E 8% das áreas ficaram em situação ruim, ante somente 2% na semana passada.
Cerca de 28% das lavouras do Paraná estavam em fases suscetíveis a perdas na semana passada, quando as geadas voltaram a ser intensas no estado.
"Dá para dizer que todas em fase suscetível foram afetadas pela geada", afirmou Carlos Hugo Godinho, especialista em trigo do Deral.
Ele afirmou que a safra, estimada pelo departamento em um recorde de 3,9 milhões de toneladas antes das geadas, deverá ser reduzida, mas evitou fazer uma projeção.
"A região oeste está concentrando as lavouras ruins, e a norte está concentrando as lavouras em situação média. Na região sul, tem lavouras boas, o que restou no estado de boas lavouras", declarou.
Agora apenas 6% do milho segunda safra está em boa condição, versus 9% na semana anterior. Já as plantações em situação ruim somam 53%, ante 52% na mesma comparação.
Na semana passada, o Deral reduziu a segunda safra de milho do Paraná para 6,1 milhões de toneladas, indicando uma quebra significativa diante dos efeitos das geadas.
O estado é o segundo produtor de milho do Brasil, e a quebra está ajudando a fortalecer os preços, além de impulsionar importações.
Na comparação com o potencial, os prejuízos para o milho são os maiores da história. Segundo o Deral, a perda nesta safra é avaliada em 8,5 milhões de toneladas (Folha de S.Paulo, 4/8/21)