06/12/2017

Copa do Mundo pode encurtar barreira russa à carne brasileira

Copa do Mundo pode encurtar barreira russa à carne brasileira

A Rússia aproveitou o fim de ano, um período de frio intenso e de menor atividade nos portos do país, para impor barreiras às exportações brasileiras de carnes.

As amarras colocadas à proteína brasileira pelos russos têm um motivo: abrir as portas do Brasil para trigo, peixes e picanhas russas.

Em negociações recentes, os russos obtiveram sinal verde do governo brasileiro nessas negociações, mas a liberação está em ritmo mais lento do que eles imaginavam.

Com a atitude drástica da Rússia, o Ministério da Agricultura deverá acelerar parte dos pedidos deles nos próximos dias.

A chacoalhada que os russos quiseram dar no Brasil, porém, começou a trazer preocupações para a própria Rússia.

Fora dos grandes mercados de carnes, principalmente quando se refere à suína, os russos praticamente só têm o Brasil com potencial suficiente para abastecer o mercado deles.

Pelo menos 90% das importações de carne suína feitas pelos russos saem dos portos brasileiros. Já os russos consomem próximo de 40% do volume exportado pelo Brasil.

Até a crise política envolvendo a Ucrânia e a Rússia, há três anos, os europeus estavam entre os principais fornecedores de carne suína para os russos.

Com a crise política, Europa e Rússia fecharam suas fronteiras, diminuindo as operações comerciais entre eles. Além dos europeus, as restrições russas se estendem também para Estados Unidos e Austrália.

O problema dos russos é que eles têm de começar a fazer estoques de carnes para a Copa do Mundo, a ser realizada no país a partir de junho.

Diante desse cenário, eles esperam um sinal positivo dos brasileiros para que, após o intenso inverno russo, as negociações voltem ao normal. E eles consigam fazer estoques para o período dos jogos.

EXPORTAÇÕES

As exportações brasileiras de carne suína somaram 589 mil toneladas de janeiro a outubro deste ano, segundo dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteínas Animal).

No mesmo período, a Rússia comprou 230 mil toneladas do Brasil (Folha de S.Paulo, 6/12/17)