31/05/2019

Copersucar:Fluxo global do comércio de açúcar em equilíbrio no 2° semestre

Copersucar:Fluxo global do comércio de açúcar em equilíbrio no 2° semestre

A brasileira Copersucar, maior comerciante global de açúcar, espera que o fluxo global do comércio de açúcar atinja equilíbrio entre oferta e demanda no segundo semestre de 2019, o que poderia levar a uma recuperação nos preços do adoçante.

Segundo o diretor de Estratégia da companhia, Tomas Caetano Manzano, uma menor produção de açúcar em alguns dos principais produtores, como Brasil e Tailândia, acabará com um superávit de 9,9 milhões de toneladas visto ao final da safra global 2017/18, que vai de outubro a setembro.

Em uma apresentação em conferência do setor organizada pela empresa de pesquisas Pecege, Manzano disse que está otimista a respeito do atual mercado de açúcar e estima preços médios para o açúcar bruto maiores em 2019 que no ano passado.

“Os preços devem reagir positivamente no final deste ano, com oferta e demanda mais balanceadas”, disse o diretor.

A Copersucar é sócia da Cargill no empreendimento de trading de açúcar Alvean, operador líder mundial no açúcar bruto e dividido igualmente entre as empresas. A companhia brasileira também controla a firma norte-americana de etanol Eco-Energy.

A respeito do etanol, fabricado primordialmente a partir da cana-de-açúcar no Brasil, Manzano afirmou que neste ano o etanol hidratado continua avançando sobre a parcela de gasolina no país.

O consumo de gasolina recuou 9% em 2018 no Brasil em comparação ao ano anterior, disse Manzano, acrescentando que espera uma queda ainda maior neste ano para o combustível derivado de petróleo.

Atualmente, os valores do etanol são substancialmente menores que os da gasolina nas bombas dos principais Estados consumidores de combustível do país.

A Copersucar trabalha com mais de 20 empresas associadas de açúcar e etanol no Brasil.

O diretor disse que a Copersucar reduziu a quantidade de açúcar entregue à Alvean proveniente da última safra brasileira, já que destinou a maior parte da colheita de cana para a produção de etanol, devido aos melhores retornos.

“Os registros gerais de comércio de açúcar da Alvean se mantiveram basicamente os mesmos, mas, é claro, precisaram buscar de outras fontes o açúcar que não obtiveram conosco”, disse Manzano a repórteres após sua apresentação no evento.

Manzano afirmou que atualmente o etanol dá às usinas um retorno equivalente a um preço hipotético do açúcar de 13 centavos de dólar por libra-peso.

Nesta quinta-feira, o açúcar bruto fechou cotado na ICE, em Nova York, a 11,76 centavos de dólar por libra-peso. Os preços teriam de subir para que as usinas brasileiras começassem a alterar suas estratégias de produção, que continuam dependendo amplamente do etanol.

A Copersucar prevê que as usinas do país aloquem 35% ou 36% da cana para a produção de açúcar na nova temporada, número semelhante ao da última temporada, concluiu Manzano (Reuters, 30/5/19)