Corteva é afetada por atraso de plantio no Brasil e desaceleração chinesa
A Corteva disse nesta quinta-feira que a demanda por grãos e oleaginosas pode ser afetada por um atraso no plantio de soja no Brasil e pelo fraco crescimento na China e em economias emergentes.
O tempo seco persistente limitou o plantio de soja e o uso de produtos de proteção à safra no Brasil, maior exportador mundial da oleaginosa, enquanto as compras pela China, maior importadora, têm sido imprevisíveis devido à guerra comercial de Pequim com os Estados Unidos, o que também afetou o crescimento da segunda maior economia do mundo.
Até o final da semana passada, o plantio de soja no Brasil havia atingido pouco mais de um terço da área, após chuvas escassas na segunda metade de setembro (Reuters, 31/10/19)
Corteva registra prejuízo líquido de US$ 494 milhões no 3º trim. de 2019
A Corteva, empresa de sementes e agroquímicos que se desmembrou da DowDuPont no começo de junho deste ano, registrou prejuízo líquido de US$ 494 milhões (US$ 0,66 por ação) no terceiro trimestre deste ano, ante também prejuízo de US$ 5,121 bilhões (US$ 6,83 por ação) em igual período do ano passado, informou a companhia nesta quinta-feira. No período, o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) operacional da companhia foi prejuízo de US$ 207 milhões, ante também prejuízo de US$ 251 milhões.
As vendas líquidas caíram 1,84% na mesma comparação, de US$ 1,95 bilhão para US$ 1,91 bilhão.
A América Latina registrou o maior declínio nas vendas, de 13%, passando de US$ 875 milhões no terceiro trimestre de 2018 para US$ 762 milhões no terceiro trimestre de 2019. Já na América do Norte, as vendas cresceram 16%, de US$ 537 milhões para US$ 623 milhões no período. Em comunicado divulgado para a imprensa, a Corteva afirma que o atraso no plantio da safra da América do Norte impulsionou as vendas deste trimestre de referência, enquanto a semeadura mais lenta da América Latina gerou realocação da parte do volume de vendas do terceiro para o quarto trimestre.
Na divisão de produtos para proteção de lavouras, as vendas líquidas diminuíram 12%, de US$ 1,396 bilhão para US$ 1,230 bilhão. O maior recuo foi observado na América Latina, de 21%, passando de 621 milhões para 491 milhões no terceiro trimestre deste ano. A companhia atribui o recuo da divisão a um declínio de 9% em volume de vendas e ao atraso no plantio da soja 2019/20 no Brasil. O Ebitda operacional do segmento foi de US$ 119 milhões, 25% inferior ao obtido em igual intervalo do ano anterior.
No segmento de sementes, as vendas líquidas da Corteva aumentaram 24%, de US$ 551 milhões para US$ 681 milhões. O incremento, segundo a empresa, deve-se a aumento de 31% em volume de vendas, que compensou queda de 5% nos preços. Na América do Norte, houve alta de 102%, para US$ 226 milhões, principalmente, em virtude do atraso significativo no plantio das culturas de verão. Na América Latina, essas vendas cresceram 7%, para US$ 271 milhões. O Ebitda operacional do segmento foi prejuízo de US$ 295 milhões, menor que o prejuízo de US$ 372 milhões obtido em igual intervalo do ano anterior.
Para todo o ano, a companhia reafirmou a sua orientação financeira. A Corteva espera uma queda de aproximadamente 3% nas vendas líquidas e Ebitda operacional de US$ 1,9 bilhão (Broadcast, 31/10/19)