Credores aprovam plano do Grupo Moreno
Credores do Grupo Moreno aprovaram, nesta sexta-feira (13), o plano de Recuperação Judicial das empresas do grupo, que agora será enviado para homologação da Justiça. O Plano de recuperação judicial do Grupo Moreno foi aprovado por 97,66% dos credores trabalhistas; 100% dos credores com garantia real; mais de 95% dos credores quirografários; e mais de 83% dos credores micro e pequenas empresas. Estavam presentes cerca de cem representantes dos mais de sete mil credores.
O pedido de Recuperação Judicial foi protocolado em setembro do ano passado, no fórum de São Simão (SP). O grupo atua no setor sucroalcooleiro e conta três unidades: a sede principal, em Luiz Antônio (região de Ribeirão Preto), Monte Aprazível e Planalto (estas duas na região de Rio Preto).
O grupo, fundado nos anos 1970, passa por problemas financeiros e, segundo os advogados, os maiores percalços ocorreram no começo desta década, aliada à crise do setor.
"A proposta aprovada pelos credores prevê o pagamento de R$ 900 milhões em até 24 meses, acrescido de mais R$ 100 milhões, nos doze meses seguintes, compondo assim um pagamento total de R$1 bilhão aos credores concursais e extraconcursais em até 3 anos", explica a advogada Fabiana Solano, sócia das áreas de Contencioso e Arbitragem, Recuperação Judicial, Insolvência e Reestruturação, do Felsberg Advogados.
Para fazer frente ao pagamento desses valores, o Grupo Moreno poderá se valer de novas captações de recursos, alienar participação societária e outros ativos, ou deverá ainda vender até duas das suas usinas no prazo de até 24 meses para quitação das dívidas. A maior parte dos débitos é composta por credores bancários que juntos concentram aproximadamente R$ 1,8 bilhão. O restante está dividido em credores trabalhistas (aproximadamente R$ 21 milhões), quirografários – credores que não desfrutam de nenhuma preferência ou possuem garantias de pagamento da dívida (cerca de R$ 200 milhões), e ME/EPP - Micro Empresas e Empresas de Pequeno Porte (cerca de R$ 15 milhões).
O Grupo Moreno, formado pelas empresas Central Energética Moreno Açúcar e Álcool Ltda. (CEM), Central Energética Moreno de Monte Aprazível Açúcar e Álcool Ltda. (CEMMA), Coplasa – Açúcar e Álcool Ltda. (Coplasa), Agrícola Moreno de Luiz Antônio (AMLA), Agrícola Moreno de Nipoã Ltda. (AMN) e Planalto Bioenergia Spe Ltda., teve pedido de RJ aprovado em setembro de 2019. O plano de recuperação judicial foi apresentado nos autos em novembro do mesmo ano e vem sendo negociado com os credores desde então. As dívidas da empresa giram em torno de R$ 2,3 bilhão. O grupo tem capacidade de moagem de 13 milhões de toneladas de cana e é um dos maiores do Estado de São Paulo.
Somente três unidades (CEM, CEMMA e COPLASA) geram aproximadamente 10 mil postos de trabalhos diretos e indiretos na safra e são localizadas nas regiões de Rio Preto e Ribeirão Preto no interior de São Paulo.
Além das empresas, o pedido de RJ inclui os produtores rurais José Carlos Moreno, B. Carlos Alberto Moreno, C. Adélia Sartóri Moreno, D. André Luís Moreno, E. Andréia Cristina Moreno Theodoro, F. Luciana Moreno Sorroche, G. Márcia Antônia Moreno Ferreira, H. Maria de Cássia Moreno Sala e Vera Lúcia Jayme Moreno. O Grupo Moreno é composto por sociedades limitadas dedicadas à plantação de cana-de-açúcar e à produção de açúcar e etanol; além da geração e comércio atacadista de energia elétrica (Valor Econômico, 19/11/20)