10/03/2021

Crise e dólar esquentam preço da soja, que atinge valor recorde

Crise e dólar esquentam preço da soja, que atinge valor recorde

Indicador do Cepea aponta R$ 179 por saca, 94% a mais do que em março de 2020.

O relatório de oferta e demanda de grãos do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) desta terça-feira (9) não apresentou novidades, à exceção de um novo aumento na safra brasileira de soja.

O órgão norte-americano prevê, agora, uma colheita de 134 milhões de toneladas para a oleaginosa, um volume já previsto por outras consultorias e pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Mesmo com essas estimativas elevadas de produção, a soja mantém preços recordes no Brasil, embalados pelo dólar. O indicador do Cepea e da BM&FBovespa registrou R$ 179,30 nesta terça-feira, 94% mais do que em março de 2020.

 

A soja teve alta também em Chicago, Bolsa balizadora dos preços mundiais do produto, mas é a moeda norte-americana que indica os caminhos internos da oleaginosa. Crises sanitária e econômica, incrementadas por uma pitada política, forçam a alta da moeda dos Estados Unidos no Brasil.

O resultado é a continuidade dos preços internos da soja. A saca foi negociada a R$ 160 nesta terça-feira, em Sorriso (MT), com alta de 5% em relação ao valor de há uma semana. Em Cascavel (PR), a saca subiu para R$ 168, com evolução de 4%, segundo dados da AgRural.

A crise embala os preços da soja, mas, neste ano, o cenário poderá ser diferente para o produtor brasileiro. O dólar encarece também os insumos importados e pesa no preço do diesel, este um dos principais componentes de custos em alguns dos setores, como o da cana.

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A alta dos transportes, em pleno período de safra, vai recair sobre os preços recebidos pelos produtores. Desta vez, a crise poderá afetar de forma mais contundente os ganhos na agropecuária (Folha de S.Paulo, 10/3/21)