Crises da carne prejudicam evolução do consumo de ração no ano
O segundo semestre salvou o primeiro no setor de rações. A indústria deverá entregar 71,4 milhões de toneladas de produtos ao mercado neste ano.
Se confirmado esse dado, haverá um crescimento de 2% em relação a 2016, conforme estimativas do Sindirações (Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal).
"Pelas dificuldades vividas neste ano, temos de comemorar", disse Roberto Betancourt, presidente do sindicato, que, originalmente, esperava uma alta de de 3% a 4%.
Ele se refere às crises vividas pelo setor de proteínas no primeiro semestre: Operação Carne Fraca e delação premiada de Joesley Batista.
"Mas não podemos comemorar muito, uma vez os números deste ano são apenas compensações", complementa Ariovaldo Zani, vice-presidente-executivo da entidade.
Se 2017 está sendo difícil, 2018 também será de desafios. Embora a economia esboce recuperação, o setor depende de alguns fatores extras. Um deles será a oferta de milho, sujeita a clima, produção e exportação.
Mesmo assim, Zani estima uma repetição de 2% na evolução da produção no próximo ano.
O setor de aves, o que tem a maior demanda de rações no país, deverá ter evolução de 1,8% neste ano; o de suínos, 1%, e o de gado, 4,4%.
Os setores de aquicultura e de cães e gatos tiveram evoluções maiores no ano, mas os volumes consumidos são pequenos em relação aos dos demais (Folha de S.Paulo, 8/12/17)