CTNBio aprova 2ª variedade de cana transgênica do CTC resistente à broca
O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) obteve aprovação pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) de sua segunda variedade de cana geneticamente modificada, a CTC9001BT, e o processo de distribuição de mudas deve ocorrer já na próxima safra 2019/20, afirmou um diretor da empresa líder em pesquisas com a planta.
Em junho do ano passado, a CTNBio já havia dado sinal verde à CTC20BT, que já foi plantada comercialmente durante a temporada atual.
Ambas as variedades são resistentes à broca, a principal praga que afeta os canaviais do país, com prejuízos que chegam a 5 bilhões de reais por ano devido a perdas de produtividade agrícola e industrial, qualidade do açúcar e custos com inseticidas.
Ainda assim, há diferenças entre as duas variedades, destacou o diretor de Assuntos Corporativos do CTC, Viler Janeiro.
“As variedades têm características distintas. A CTC20BT é principalmente plantada em ambientes favoráveis (solos bons e com maior incidência de chuva), enquanto a CTC9001BT é indicada para ambientes com solos mais restritivos, explicou ele à Reuters, por e-mail.
“Além disso a CTC20BT é normalmente colhida no meio da safra, enquanto a colheita da CTC9001BT normalmente se realiza no início.”
Janeiro não disse se há previsão de mais aprovações em 2019, frisando que por ora o objetivo do centro de pesquisas é a expansão do portfólio de variedades de cana.
“Na safra 2019/20, após a aprovação final e registro da variedade, o CTC irá trabalhar junto aos produtores, iniciando o processo de distribuição de mudas da CTC9001BT e monitoramento do plantio”, disse o diretor do CTC.
Segundo ele, o processo de propagação de mudas é similar ao de introdução de uma variedade convencional, com crescimento gradual da área plantada, uma vez que as novas plantas serão replantadas para expandir a área de plantio.
O início oficial da próxima safra de cana no país é em 1º de abril, quando usinas do Centro-Sul, principal polo canavieiro nacional, intensificam a colheita.
Estabelecido em 1969 em Piracicaba (SP), o CTC tem como acionistas o BNDESPar e os principais grupos do setor sucroenergético, como Copersucar, Raízen e São Martinho, representando mais de 60 por cento da produção de açúcar e etanol do Brasil.
O CTC não informou o investimento específico para o desenvolvimento da nova variedade aprovada pela CTNBio. Entretanto, disse que o investimento em P&D nos primeiros seis meses desta safra foi de 54 milhões de reais, enquanto em toda a 2017/18 somou 90,5 milhões de reais (Reuters, 18/12/18)