Danone parou de comprar soja do Brasil, diz diretor

A gigante francesa de laticínios Danone parou de comprar soja do Brasil e agora compra de países da Ásia, disse seu diretor financeiro à Reuters nesta quinta-feira (24), antes da regra.

A mudança é divulgada antes do início da regra da UE (União Europeia) que exige que empresas provem que não estão comprando commodities de áreas desmatadas. O regulamento, que abrange importações de commodities como cacau, café e soja, estava programado para entrar em vigor em 30 de dezembro, mas foi adiado por um ano.

Em um relatório de 2023, a Danone disse que usou 262 mil toneladas de produtos à base de soja para alimentar suas criações e 53 mil toneladas de soja diretamente na fabricação de produtos, como leite e iogurte de soja. Ela obtinha soja do Brasil indiretamente apenas para sua produção de ração animal.

Jurgen Esser, diretor da empresa, não especificou quando a Danone fez a mudança e de quais países da Ásia as compras estão sendo feitas agora.

Para Esser, a Danone não está tão exposta ao desmatamento quanto seus rivais. A soja é usada em cerca de 5% da ração das vacas leiteiras, pois os animais são alimentados principalmente com capim ou grãos, segundo o relatório florestal da empresa em 2023.

Em 2019, a Nestlé, que atua no ramo da Danone, parou de comprar soja brasileira da gigante de commodities Cargill. A rival Unilever, que usa óleo de soja em seus condimentos Hellmann's e produtos Knorr, ainda obtém soja do Brasil e diz que seu fornecedor, CJ Selecta, cumpre com rigorosos requisitos de desmatamento zero (Reuters, 25/10/24)