23/01/2020

Demanda da China alivia excedente de celulose, diz Suzano

Demanda da China alivia excedente de celulose, diz Suzano

A celulose pode estar em um ponto de inflexão uma vez que clientes da China retornam ao mercado depois de minarem seus estoques enquanto os maiores fornecedores cortam a produção.

Essa é a visão da Suzano, maior produtora mundial de celulose. A empresa observa um aumento da demanda chinesa, o que é um bom indicador para o consumo final na Ásia, disse o diretor financeiro da Suzano, Marcelo Bacci, em entrevista.

“O que estamos vendo são nossos clientes na China comprando grandes volumes para atender ao consumo e, provavelmente, repondo estoques que foram reduzidos no ano passado para níveis abaixo do normal”, disse.

A recuperação da demanda deve se refletir nos estoques da indústria brasileira do último trimestre de 2019, disse Bacci. “Podemos ver um corte grande.” No terceiro trimestre, a Suzano divulgou queda maior do que a esperada dos estoques.

Embora a rival Klabin tenha acabado de reajustar os preços para vendas na China, os melhores fundamentos do setor ainda não causaram um impacto significativo no mercado, já que os preços permanecem próximos dos menores níveis dos últimos anos.

“O mercado inteiro aguarda essa recuperação, mas ninguém sabe quando virá”, disse Bacci, acrescentando que até o momento a empresa não recebeu informações de que os incêndios na Austrália tenham causado cortes de fornecimento na Ásia.

Enquanto produtores aguardam uma alta dos preços, a Suzano permanece à frente dos concorrentes asiáticos quando se trata de margens, mesmo considerando custos mais altos de logística, disse Bacci. O custo caixa da celulose de fibra curta, de cerca de US$ 170 a tonelada, está bem abaixo do preço final na China, de US$ 460, e do custo total da celulose entre os produtores da China e da Indonésia, de US$ 400 a US$ 450, disse.

“O Brasil é um lugar muito mais competitivo para a produção de celulose” (Bloomberg, 22/1/20)