Demanda externa provoca reabertura de frigoríficos
Os novos ares do mercado externo estão dando novo ritmo ao setor brasileiro de proteínas. Francisco Turra (Foto), presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), diz que em todos os principais Estados produtores de carnes suína e de aves está havendo uma retomada de atividades em algumas das unidades que estavam paralisadas.
As operações da Polícia Federal e a greve dos caminhoneiros haviam provocado uma séria crise no setor.
Segundo Turra, há expansão de produção em indústrias que já estavam funcionado no Centro-Oeste, reabertura de frigoríficos em São Paulo e na Região Sul e até a entrada de novas indústrias em operação.
Esse novo ritmo do setor foi apontado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nos dados divulgados nesta semana. Os abates de suínos, cuja carne os chineses têm grande interesse, subiram 5% no primeiro trimestre deste ano, em relação a igual período de 2018. Os de bovinos também aumentaram, enquanto os de frango recuaram 2% no período.
Guilherme Nolasco, presidente do Imac (Instituto Mato-Grossense da Carne), e que acompanha a visita da ministra da Agricultura Tereza Cristina à Ásia, diz que o setor está impressionado com a demanda dos chineses por carnes. Os efeitos da peste suína têm dimensões acima do que se previa no Brasil segundo ele.
O setor de carne bovina também dá resposta a essa demanda externa. Mato Grosso aumentou a capacidade de utilização do potencial de abate. No ano passado, o estado utilizou 57% dessa capacidade de produção, o maior percentual em 10 anos (Folha de S.Paulo, 16/5/19)