“Encontro fantástico com 100 mulheres destaques no agronegócio proporcionado pela Caras, que promoveu a Ilha Country. Um dia lindo. Um lugar cheio de mulheres inspiradoras  -  jujufarah”. Foto Instagram

A cada dia que passa novas e graves denúncias aparecem para confirmar o estrago e as denúncias de desmandos - à custa dos 0,2% que cada produtor paulista paga pelo que produz, à Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária - que têm sido divulgadas pela mídia nacional sem que, estranhamente, a Justiça não tem se posicionado criando um ambiente de absoluta e total desconfiança. O que, convenhamos, não acontece apenas na Faesp/Senar. Que o digam as vítimas da onipotência do STF e de outras esferas da Justiça que, infelizmente, apenas beneficiam aos infratores.

Nos dias 1º e 2 de abril, com a reativação da charmosa Ilha de Caras, em Angra dos Reis (RJ), um evento reuniu um grupo de mulheres “Country” aproveitando o protagonismo do agronegócio. Ninguém conseguirá identificar, dentre o grupo, quem realmente produz, onde e o que, que inclui Juliana Farah, companheira de Tirso Meirelles presidente sub judice da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar.

Ao mesmo tempo, explodem as denúncias sobre as irregularidades que, sistematicamente, têm sido cometidas pela “Dinastia Meirelles”, praticadas pelo pai Fábio de Salles Meirelles, há 48 anos no comando da Faesp/Senar e que tenta emplacar seu sucessor o filho, Tirso Meirelles, através de eleição anulada pela Justiça do Trabalho. Dezenas de bem formados instrutores do Senar foram, sumariamente, demitidos apenas porque se aliaram ao grupo de oposição “Nova Faesp”.

Decisões no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo não tem sido cumpridas. Corte total e absoluto das verbas do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar aos sindicatos de oposição. Ameaças jurídicas contra os jornalistas que vem denunciando as arbitrariedades. E, agora, tentativa de expulsar dos quadros da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo de Paulo Junqueira, este sim, produtor rural, ao contrário de muitos dos apoiadores do presidente sub judice.

A propósito, Juliana Farah assina o documento dos 57 dirigentes sindicais – na verdade são apenas 56 dos 230 sindicatos rurais paulistas, já que há pelo menos uma assinatura em duplicidade - que pedem a expulsão de Paulo Junqueira, advogado e produtor rural, presidente do Sindicato e da Associação Rural de Ribeirão Preto e da Assovale – Associação Rural do Vale do Rio Pardo.

Três são as considerações a respeito: Juliana produz o que e onde? Quem efetivamente é produtor rural e quais são os “produtores de papel”; quem paga as despesas para que a companheira do presidente sub judice Tirso Meirelles percorra cidades do interior paulista levando o seu movimento “Semeadoras do agro” que tenta juntar o nada ao lugar algum?

Fake News

Uma divulgadora das “good news” produzidas com o intuito de maquiar os malfeitos e desvios promovidos pela “Dinastia Meirelles” e integrante do grupo de imprensa “chapa-branca”, ou seja, aquela que se dedica a publicar informações e textos patrocinados com verbas publicitárias da Faesp/Senar divulgou a mensagem abaixo que contém erros grosseiros. Senão vejamos:

“Juliana  Farah foi convidada para dar uma palestra — e que palestra! Foi aplaudida de pé pelas (sic) produtoras rurais presentes, num momento de reconhecimento das mais de 150 (sic) produtoras do Brasil inteiro.

Vale lembrar que cada participante arcou com seus próprios custos até a Ilha, e, mais que isso, ainda realizaram uma doação significativa de R$ 53 mil ao Hospital de Amor.

Diante disso, o que realmente precisamos é de mais informação e menos julgamento precipitado. Críticas infundadas e maldosas, infelizmente, ainda acontecem, muitas vezes sem conhecimento de causa — algo que deveríamos combater em qualquer espectro político ou pessoal.

É triste ver que mágoas ou questões pessoais estão ofuscando o que realmente importa. Mas seguimos em frente, com a consciência tranquila e o compromisso com ações que geram impacto positivo”

A própria Juliana Farah, companheira do presidente sub judice Tirso Meirelles, afirma que foram 100 as mulheres que teriam participado do evento, ao contrário das 150 anunciadas pela imprensa “chapa branca”. E “aplausos em pé”. Teriam faltado cadeira no local da palestra?

Mas, segundo o Sympla, serviço que registra as inscrições das participantes do evento da Ilha de Caras, “nos dias 1 e 2 de abril de 2025, a Ilha de Caras Country será o palco de uma experiência inesquecível para 100 produtoras rurais. Divididas em 2 grupos (50 convidadas por dia), as participantes terão a oportunidade de expandir seus conhecimentos, ampliar sua rede de contatos e celebrar juntas força do agronegócio feminino em um cenário inspirador”.

Afinal, foram 150 participantes, segundo e “imprensa chapa-branca”, 100 segundo Juliana Farah, ou 50 os participantes da “palestra”, segundo divulgado pelos gestores da Ilha de Caras? A diferença dos números divulgados, convenhamos, é grande, muito grande...

“Palestra”

Se há discrepância no número de pessoas que teria assistido a “palestra” de Juliana Farah, há também dúvidas sobre o tema que ela teria escolhido para brindar as 50, 100 ou 150 pessoas que estariam na Ilha de Caras.

Foto Divulgação

Na paradisíaca Ilha de Caras, um grupo de mulheres se reuniu para confraternizar em evento “Country”. Jornalista “chapa branca” diz que o evento serviu para que Juliana Farah, companheira de Tirso Meirelles, presidente sub-judice da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar, fizesse palestra para 150 pessoas. A própria Juliana Farah afirma que foi para 100 pessoas. Mas os gestores da Ilha de Caras afirmam que o convescote reuniu apenas 50 mulheres por dia.

A propaganda oficial do evento não menciona a “palestra” de Juliana Farah e é esclarecedora quanto ao número de pessoas:

“Prepare-se para uma experiência única de aprendizado e conexão na Ilha de Caras Country! - Nos dias 1 e 2 de abril de 2025, a Ilha de Caras Country será o palco de uma experiência inesquecível para 100 produtoras rurais. Divididas em 2 grupos (50 convidadas por dia), as participantes terão a oportunidade de expandir seus conhecimentos, ampliar sua rede de contatos e celebrar juntas força do agronegócio feminino em um cenário inspirador”.

Curiosamente e estranhamente, a tal da “palestra” também não consta no site www.faespsenar.com.br, onde habitualmente são veiculadas as notícias das “Semeadoras do Agro”.

Helicóptero usado para transporte no evento estaria inabilitado para taxi aéreo

O helicóptero que transportou parte do grupo do Campo de Marte, em São Paulo à Ilha de Caras, em Angra dos Reis (RJ), na última terça-feira (1º de abril) de prefixo PR-YFM, não estaria habilitado para realizar o serviço de taxi aéreo, segundo documento abaixo. E, mais, em contato feito pela reportagem ao comandante Fabiano (11 97409 9077), para alugar o helicóptero usado o documento fiscal teria que ser emitido pelo “Ciopam – Centro Integrado de Operações Aéreas Multimissão”.

Em suas redes sociais, o Ciopam  se apresenta afirmando que “Estamos em missão no Pantanal em missão em defesa do meio ambiente a salvar os animais”. Afinal, qual a ligação entre o grupo de mulheres que participaram do evento “Ilha de Caras Country”, que contou com “palestra” da companheira do presidente Tirso Meirelles sub judice da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo com o Pantanal?

Consultas ao Registro Aeronautico Brasileiro (RAB)