Desafios de produtividade na soja ajudam a elevar média nacional
Comitê composto por técnicos, produtores, indústria e assessorias incentiva a produção, que atingiu 124 sacas por hectare neste ano.
Há 11 anos produtores de soja de todo o país se lançam em um desafio para ver quem produz mais por hectare. Não é um concurso que gera prêmios, mas a colocação à prova da capacidade do próprio produtor para saber o quão longe ele pode chegar na sua propriedade, em termos de produção.
Esse desafio é feito sempre em pequenas áreas da propriedade, mas ele tem a adesão sempre crescente de produtores.
Nessas pequenas áreas onde o produtor faz o básico, mas o faz bem feito, nas palavras de Leonardo Sologuren, presidente do Cesb (Comitê Estratégico Soja Brasil), a produtividade se mostra bem distante da obtida pela média dos produtores nacionais.
Os números do Cesb indicam que, em alguns anos, os campeões de produção já beiram as 150 sacas por hectare. Neste ano, foram 124. A média nacional é de 53.
Os produtores participantes desse desafio não têm, ainda, condições de repetir esse processo de cultivo das pequenas áreas em toda a sua plantação de soja.
O domínio de produção que eles vão adquirindo, no entanto, acaba sendo repassado para as demais áreas cultivadas.
O resultado, segundo Sologuren, é que a média de muitos desses produtores nas grandes áreas vêm evoluindo e já está próxima de 85 sacas por hectare.
Esse bom desempenho vai elevar a média nacional, uma vez que a soma de área dos produtores participantes do desafio do Cesb já atinge 11% do espaço nacional dedicado à soja.
Superada a primeira década desses desafios, Sologuren diz que o momento agora é o de entender essa evolução nas diversas regiões do país.
A produtividade depende de vários fatores, e alguns, como o clima, são fundamentais. Solguren destaca, no entanto, que solo, semente de qualidade, rotação de culturas e aplicação adequada de manejo são importantes em todas as regiões.
Entender as especificidades da própria propriedade e ter um conhecimento tecnológico agronômico, porém, são indispensáveis para todos os produtores.
Ele acredita que a evolução da produtividade será mais rápida nos próximos anos. O processo de sucessão avança e entra em campo a segunda geração de agricultores, mais conectada e com maior domínio das tecnologias que estarão disponíveis para a produção.
Compreender as necessidades específicas de cada região e as de dentro da porteira vai abrir o caminho da nova geração, segundo o presidente do Cesb (Folha de S.Paulo, 28/6/19)