Disputa se intensifica e acordo de J&F e Paper Excellence fica distante
Completa quase um ano a arbitragem judicial que deve decidir a guerra entre o grupo J&F e Paper Excellence pelo controle da Eldorado. E, ao que a coluna apurou, a agressividade entre as partes só aumenta – reduzindo, acredita-se, a chance de acordo.
A belicosidade cresceu tanto que Jackson Wijaya tem dito que não vai aceitar qualquer sugestão diferente da que foi definida em contrato. O presidente do conglomerado asiático está se sentindo pessoalmente atingido pelos rivais brasileiros.
Estes, por sua vez, avisam que tampouco vão ceder.
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Motivo dessa briga? Desde a venda da empresa de papel e celulose para os estrangeiros até o início do questionamento legal da J&F, o preço da celulose no mercado mundial subiu muito. Wijaya comprou a empresa quando a tonelada estava valendo US$ 900 e, em pouco tempo, ela chegou a US$ 1,2 mil.
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Isso levou os irmãos Batista a travar, há um ano, a mudança de controle. Entraram na Justiça contra Vijaya cobrando a devida liberação de garantias prometidas oficialmente pela PE.
A empresa asiática depositou o montante em banco no exterior para quitar e não liberar essas dívidas. Ela alega que está no contrato o termo “liberar as garantias” e não “trocar as garantias”.
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A disputa, segundo fonte de alta credibilidade do setor, se resume à volatilidade do preço da celulose. “Depois de uma forte subida, a cotação caiu para US$ 550 por tonelada”, explica outro executivo do setor.
Com esse preço, há quem acredite que os irmãos Batista já estariam arrependidos e dispostos a dialogar ante a situação do mercado de papel e celulose hoje– a pior da sua história. O grupo nega.
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Como também há quem jure que a Paper Excellence pode acionar legalmente a J&F por “suposto” prejuízo causado pela paralisação dos investimentos da Eldorado – especialmente pelo impedimento de construir nova unidade.
O que também, com a configuração do mercado, seria um argumento sofrível. “Investir agora neste tempo de vacas magras?”, pergunta a mesma fonte (Sonia Racy, O Estado de S.Paulo, 2/7/19)