Distribuidoras devem abrir mais de 1 mil lojas em 3 anos;em 2021, foram 292
LOGO ANDAV
Distribuidoras da insumos agrícolas ligadas à Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav) planejam abrir, em três anos, 1038 novas lojas, aponta a 7ª Pesquisa Nacional da Distribuição, realizada pela Andav com organização da Markestrat. O número é 32,9% maior que o levantado na pesquisa do ano passado. Os Estados que devem receber mais pontos de venda são Paraná, com 14,2% do total, Minas Gerais, com 14,1%, e Rio Grande do Sul (13,8%). Mato Grosso deve contar com 7,9% das novas lojas no País.
Em 2021, foram abertas 292 lojas, de acordo com a entidade.
A Andav reúne 2.310 associadas, cujo faturamento representa 70% da receita total do setor de distribuição agrícola. Em todo o Brasil, há aproximadamente 6 mil pontos de venda, incluindo lojas de empresas não associadas à Andav. Na pesquisa realizada pela entidade neste ano, participaram 91,2% das associadas que possuem mais de 2.200 pontos de venda.
O levantamento apontou que cerca de 15% das empresas passaram por fusões ou aquisições no último ano. Além disso, do total de entrevistadas, 52,2% possuem gestão corporativa, 1 ponto porcentual a mais do que no ano passado, contra 47,8% que contam com gestão familiar. Em mais de 80% das empresas, o fundador continua atuante. A pesquisa deste ano também identificou que 83,4% dos participantes possuem planejamento estratégico, sendo que 28% têm planos de médio e longo prazo que direcionam todas as ações da empresa.
Outro dado levantado foi sobre o uso de redes sociais e aplicativos para vendas e atendimento a clientes: 88,4% dos distribuidores usam WhatsApp para se comunicar com produtores; 79,1% utilizam o Instagram e 52,2%, o Facebook.
"A pesquisa é o principal material de trabalho para desenharmos a estratégia de atendimento de nossos associados e fazer a relação com os respectivos fornecedores e produtores rurais", disse em nota o presidente executivo da Andav, Paulo Tibúrcio.
Outro dado revelado pela pesquisa é que 63,6% dos associados da Andav têm faturamento anual de até R$ 100 milhões. Do total, 46,8% faturam menos de R$ 50 milhões por ano; 16,8%, de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões; 22,5%, de R$ 100 milhões a R$ 300 milhões; 7,8% de R$ 300 milhões a 600 milhões; 3,5% de R$ 600 milhões a R$ 1 bilhão; e somente 2,7% têm receita anual superior a R$ 1 bilhão.
Faturamento
As distribuidoras associadas da Andav contabilizaram um faturamento de R$ 112,6 bilhões em 2021, dos quais R$ 77,5 bilhões com a venda de insumos e R$ 35,1 bilhões com a comercialização de grãos.
Considerando o faturamento com insumos, os Estados com maior participação foram Mato Grosso (16,8%), Paraná (15,7%) e Minas Gerais (13%). Dos R$ 77,5 bilhões, 51,9% vieram de vendas para a cultura da soja e 18,4% para a do milho segunda safra. Além disso, 42,1% do valor veio da comercialização de defensivos, 24,6% de fertilizantes e R$ 19,5% de sementes.
Quanto à receita gerada pela venda de grãos, o levantamento revela que 35% dos distribuidores atuaram nesse segmento no ano passado, comercializando 3,2 bilhões de sacas de soja e 1,1 bilhão de sacas de milho. O maior volume de vendas ocorreu em Mato Grosso (46,7%) e Paraná (16,8%).
Financiamento do setor
A 7ª Pesquisa Nacional também buscou detalhar o peso da distribuição no financiamento de produtores rurais.
As empresas participantes indicaram que, em suas lojas, 45,3% dos insumos fornecidos a produtores na última safra (2021/22) foram financiados pelas empresas de insumos; 28% com recurso próprios produtores; 11,5% por bancos privados; 5,5% por bancos públicos; 4,3% por Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e, em proporções menores, por Fidcs, tradings, fintechs e CDCAs.
Entre as modalidades de pagamento oferecidas pelas revendas aos produtores, as empresas entrevistadas disseram que 21,5% foi financiamento com até 180 dias (seis meses) para quitar a dívida; 18,3%, financiamento com até 360 dias; 16,5%, pagamento à vista; 16,1%, barter (troca de insumo por produção) a prazo; 14,1%, financiamento com até 90 dias; 8,7%, crédito rural do Plano Safra; 1,5%, barter à vista; e 3,5%, outros (Broadcast, 19/8/22)