Dólar à vista fecha em queda de 0,86%, a R$ 5,17 na venda
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Participantes do mercado atribuíram a queda, em parte, a um desmonte de posições defensivas.
Na B3, às 17h13 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,75%, a R$ 5,19
O dólar teve forte queda frente ao real hoje (13), com investidores desfazendo posições defensivas conforme aguardam entrevista do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), refletindo ainda um ambiente de apetite a risco no exterior.
A moeda norte-americana à vista caiu 0,86%, a R$ 5,17 na venda, patamar de encerramento mais baixo em uma semana.
Na B3, às 17h13 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,75%, a R$ 5,19.
Participantes do mercado atribuíram a queda, em parte, a um desmonte de posições defensivas que haviam sido assumidas em meio a boatos de que o governo estaria estudando antecipar uma revisão das metas de inflação do país e possivelmente elevar o alvo a ser buscado pelo Banco Central, com especulações de que o presidente da autarquia, Campos Neto, aceitaria a mudança.
Agora, disseram agentes, o mercado deixou os boatos de lado momentaneamente para ficar à espera da entrevista do presidente do BC ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que irá ao ar a partir das 22h de hoje (13).
Além disso, investidores aguardam encontro do CMN, órgão responsável por definir os objetivos oficiais de inflação, agendado para quinta-feira.
“As decisões (do CMN) não necessariamente são tomadas no curto prazo. Tinha essa expectativa do mercado de que teria uma posição mais fixa já agora, mas essas decisões são feitas ao longo do tempo”, disse à Reuters Matheus Pizzani, economista da CM Capital. “Não espero que tenha algo muito impactante neste curto prazo.”
Caso essa expectativa se confirme e a reunião do colegiado traga uma retórica mais amena em relação às metas de inflação, pode haver uma percepção entre investidores de que a situação não era tão grave quanto se pensava, o que provavelmente aliviaria ainda mais a pressão sobre os ativos brasileiros, disse Pizzani.
O economista defendeu que, passados os ruídos políticos envolvendo a política monetária, o mercado de câmbio “tem um horizonte muito bom pela frente”, uma vez que a perspectiva de manutenção da taxa Selic em patamar elevado tende a favorecer ingresso de fluxos via mercado financeiro. Além disso, há expectativa de que a balança comercial do país passe por melhoras a partir de meados do ano, disse Pizzani, o que serviria de impulso adicional para o real.
Nesse contexto, ele disse acreditar que o dólar possa voltar a ser negociado abaixo dos R$ 5 em 2023. A CM Capital projeta o dólar a R$ 5,05 ao final de dezembro.
Enquanto isso, no exterior, o dólar firmou queda contra uma cesta de pares fortes hoje (13), com investidores do mundo inteiro no aguardo de uma leitura de inflação norte-americana prevista para amanhã (14), que pode oferecer mais pistas sobre a trajetória de aperto monetário do Federal Reserve.
“Se o indicador vier fraco, isso mantém aquela interpretação de que há um processo de desinflação em cursos nos Estados Unidos e de que o Fed tem espaço para moderar o seu aperto monetário. Isso favorece ativos arriscados como ações, commodities e moedas de países exportadores de produtos primários, como o real”, disse Leonel Mattos, analista de inteligência de mercado da StoneX.
Por outro lado, “se (o dado de inflação) vier acima do esperado… com certeza vai causar mais ansiedade aos investidores, que devem então buscar ativos mais seguros”, completou ele (Reutersm 13/2/23)