04/10/2019

Dólar tem maior queda em um mês com apostas de novo corte de juros nos EUA

Dólar tem maior queda em um mês com apostas de novo corte de juros nos EUA

O dólar fechou com a maior queda em um mês nesta quinta-feira, na casa de 4,08 reais, em meio à fraqueza global da moeda norte-americana conforme investidores turbinaram apostas de novos cortes de juros nos Estados Unidos.

A percepção de que o dólar pode já ter atingido no exterior picos do atual ciclo de alta se soma no Brasil à ideia de que o fluxo cambial deve melhorar nos próximos meses e a dados sinalizando melhora da economia em relação ao restante do mundo.

“Acho que (a reforma da) Previdência está precificada. [...] O que não está precificado é o efeito disso na confiança, diminuição do represamento de consumo e investimento, melhora do PIB” e de balanços”, disse Renoir Vieira, gestor do family office Pacific Investimentos.

Na avaliação de profissionais do mercado, esse “combo” tem levantado dúvidas sobre a vantagem de se continuar apostando no fortalecimento da divisa dos EUA, o que tem levado alguns operadores a desmontar parte de posições de proteção para outros mercados, como o de bolsa.

Pelo segundo dia consecutivo, o real teve um desempenho superior ao Ibovespa. A moeda brasileira esteve entre os destaques positivos nos mercados globais de câmbio nesta sessão, depois de semanas figurando recorrentemente entre as divisas de pior desempenho.

O dólar à vista caiu 1,09% nesta quinta-feira, a 4,0894 reais na venda.

É a maior baixa diária desde 4 de setembro (-1,79%) e o menor patamar para um encerramento desde 17 de setembro (4,078 reais na venda).

Na B3, o dólar futuro de maior liquidez perdia 1,00%, a 4,0955 reais.

Na semana, o dólar spot recua 1,61%, a caminho de registrar a maior queda semanal desde julho.

No exterior, o índice do dólar cedia 0,11%.

O foco do mercado se volta agora para dados mais amplos do mercado de trabalho norte-americanos, que serão divulgados na sexta-feira. Se vierem aquém do esperado, investidores deverão aumentar ainda mais apostas de corte de juros nos EUA, o que tende a amparar a continuação do ajuste de baixa no dólar (Reuters, 3/10/19)