30/08/2018

Dons recebidos devem ser agradecidos – Por Tarcisio Angelo Mascarim

Dons recebidos devem ser agradecidos – Por Tarcisio Angelo Mascarim

O assunto deste artigo são os dons recebidos pelas pessoas, os quais devem ser usados para o bem e nunca para benefício próprio. Porém, temos visto pessoas dotadas de algum dom utilizarem-no para aumentar seu poder perante as pessoas.

É o caso do “dom da oratória”, que já foi utilizado para o bem e para o mal, conforme alguns casos listados por Miriam Diez Bosch, no último dia 9 de agosto, no site Aleteia, em texto intitulado “10 discursos que mudaram o mundo (para melhor ou pior)”. Ela inicia assim:

“Um bom discurso pode mudar o curso da história. Desde os dias de Jesus Cristo e Sêneca, sabemos que a palavra – oral ou escrita – tem um enorme poder.

Com esse poder vem uma grande responsabilidade: um discurso pode provocar uma guerra ou trazer a paz; pode mover o coração das pessoas ou despertar o ódio; pode levantar espíritos ou enterrar esperanças. Pode construir ou destruir.”

E, então, ela cita 10 discursos famosos que deixaram sua marca na história mundial recente. Porém, pela extensão da matéria, destaco apenas seis deles e espero que você leia os demais no site.

- Vladimir Lênin. As teses de abril, pronunciadas em dois discursos e posteriormente publicadas no jornal Pravdaem 7 de abril de 1917. O texto foi proclamado no contexto do início da revolução russa contra o Czar. Nessas teses, Lênin apela à paz ‘derrubando a capital’ e ao início do programa de coletivização. A Rússia sofreria as consequências pelos próximos 100 anos.

- Charles de Gaulle. Apelo aos franceses, difundido na rádio da BBC em 18 de junho de 1940. Tendo sido nomeado Subsecretário de Guerra nesse mesmo mês, o general De Gaulle foi à BBC para responder à ‘rendição’ da França aos nazistas sob o general Pétain. O discurso pedia resistência após a derrota francesa pela invasão nazista. Se a França pode ser contada entre os vitoriosos em 1945 e não como um país colaboracionista, foi graças a ele.

- Adolf Hitler. Discurso sobre o ‘Esquema de Ajuda de Inverno’. Berlim, 3 de outubro de 1941. Neste discurso, Hitler avalia seu trabalho e se refere ao inimigo britânico como ‘tolos loucos’. Hitler era um verdadeiro mestre da oratória, capaz de incendiar as massas com sua voz. Não precisamos explicar aqui os efeitos de sua ‘arte’.

- David Bem Gurion. Declaração de Independência Israelense. Tel Aviv, 14 de maio de 1948. Bem Gurion (1886-1973), polonês de nascimento, emigrou para a Palestina em 1906. Com este discurso em 1948, ele proclamou a criação do Estado de Israel. O texto começa dizendo que ‘a Terra de Israel era o lugar de nascimento do povo judeu’, onde ‘sua identidade espiritual, religiosa e política foi moldada’. De acordo com o calendário judaico, esta declaração foi assinada no 5º dia do mês de iyar no ano 5708. Este discurso positivo e conciliador favoreceu a recepção positiva do novo Estado de Israel (quase) pelo mundo inteiro – embora 24 horas depois estourasse a primeira guerra com os vizinhos árabes.

- John F. Kennedy. ‘Ich bin ein Berliner’ (Eu sou um berlinense). Berlim Ocidental, 26 de junho de 1963. O presidente Kennedy visitou Berlim dois anos após a construção do muro. Este discurso é uma validação do chanceler Adenauer (‘comprometido com a causa da democracia, da liberdade e do progresso na Alemanha’, nas palavras de Kennedy). O presidente americano declara: ‘Há muitas pessoas no mundo que realmente não entendem, ou dizem que não, qual é o grande problema entre o mundo livre e o mundo comunista. Deixe-as vir até Berlim’. O muro, diz Kennedy, ‘é a demonstração mais óbvia e vivida das falhas do sistema comunista’.

- Martin Luther King Jr.. ‘I Have a Dream’. (Eu tenho um sonho). Washington 28 de Agosto de 1963. Cinco anos antes de ser assassinado em Memphis, o Rev. Martin Luther King falou diante de 200 mil pessoas em Washington, D.C. Seu discurso está cheio de referências bíblicas e é um apelo à igualdade de todas as pessoas, no contexto da não violência. Este discurso é um momento decisivo na história dos Estados Unidos pela defesa dos direitos civis.”

Dentre estes seis discursos de personalidades com o “dom da oratória”, quatro se voltaram para o bem (Charles de Gaulle, David Ben Gurion, John F. Kennedy e Martin Luther King Jr.) e dois se voltaram para o mal (Vladimir Lênin e Adolf Hitler).

Atualmente, no campo da política, temos várias personalidades com o “dom da oratória” insistindo em permanecer para o mal. Mas, neste artigo, quero destacar uma: o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o popular Lula, que, depois de ser Presidente por duas vezes, elegeu sua candidata – a ex-Presidente Dilma –, escapou do processo do “Mensalão”, tendo seus amigos todos condenados, e agora no “Petrolão” está preso e condenado em segunda instância no âmbito da Operação Lava Jato, sendo “ficha suja” e inelegível, conforme a Lei da Ficha Limpa, e ainda insiste em ser candidato à Presidência na próxima eleição.

Ao Sr. Lula, uma sugestão: agradeça a Deus pelo seu “dom da oratória” e peça perdão aos seus eleitores e ao Brasil pelos erros que cometeu e por deixar o País na situação em que se encontra. Utilize seu dom para o bem de todos e do nosso Brasil (Tarcisio Angelo Mascarim é sócio e administrador da Mascarim & Mascarim Sociedade de Advogados. Leia mais artigos no www.tarcisiomascarim.com.br)