01/10/2019

Em GO, R$ 1,3 bi em projetos de etanol estão ameaçados

Em GO, R$ 1,3 bi em projetos de etanol estão ameaçados

Segundo maior produtor de etanol do País, o Estado de Goiás tem ao menos R$ 1,3 bilhão em futuros investimentos para produção do biocombustível que podem não sair do papel. O motivo é um projeto de lei que acaba com o crédito recebido pelas usinas, de 60% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), recolhido na venda de álcool anidro.

André Rocha (Foto), presidente executivo dos Sindicatos da Indústria de Fabricação de Açúcar e de Etanol (Sifaeg/Sifaçúcar), diz à coluna que os planos estão ameaçados. “Temos quatro novos projetos de usinas de etanol a partir de milho que podem ser prejudicados, além de muitos outros em estudo.”

O executivo conta que, das 35 usinas de Goiás, 13 estão em recuperação judicial, situação que só pioraria com a proposta aprovada pela Assembleia Legislativa. O setor contribui com 30% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial de Goiás, 7,2% do PIB total do Estado e 5% do recolhimento de impostos.

Menos

Autor do projeto de lei, o deputado estadual Humberto Aidar (MDB) avalia, na justificativa da proposta, que o papel do Estado “de incentivador desse segmento há muito se esgotou” e que “o setor alcooleiro passa atualmente por um momento muito favorável, conforme amplamente divulgado pela imprensa”.

 

 

Reação

A Atvos, do grupo Odebrecht, que tem nove usinas e está em recuperação judicial, já ensaia uma retomada. Produziu 310 milhões de litros de etanol hidratado em agosto, recorde da empresa. Em cinco meses de safra, de abril a agosto, a Atvos ampliou em 31% a oferta do combustível utilizado nos veículos flex fuel, em relação a igual período de 2018 (O Estado de S.Paulo, 30/9/19)