Empresas lácteas preveem nova onda de aquisições
Multinacionais avaliam a entrada ou expansão no país e empresas médias negociam compras.
O setor de lácteos deverá passar por uma nova temporada de fusões e aquisições no país nos próximos meses, segundo executivos da área.
Há dois movimentos paralelos: o de multinacionais que avaliam a entrada ou a expansão no Brasil e o de empresas médias do ramo que, pressionadas por operações recentes, negociam compras.
O segmento registrou oito operações no ano passado, segundo a PwC. Entre elas, estão a aquisição da Vigor pela mexicana Lala por cerca de R$ 4,3 bilhões e a da Itambé pela Lactalis, estimada em R$ 2 bilhões.
A consultoria contabilizou apenas um negócio neste ano, mas avalia que há apetite do mercado para mais.
“Haverá consolidação no futuro próximo. Vemos interesse de multinacionais em ativos brasileiros e companhias locais de médio e grande porte dispostas a negociar”, afirma Alessandro Ribeiro, sócio da PwC.
A tendência é que negócios mais relevantes sejam feitos após a definição do quadro eleitoral. As empresas com portfólio mais diversificado são as mais cobiçadas, diz Ribeiro.
“Somos procurados toda semana, mas por enquanto não há interesse em venda”, afirma o vice-presidente da Aviação, produtora de manteiga, requeijão, queijos e doces.
A marca, que faturou R$ 300 milhões em 2017, avalia a compra de ao menos uma concorrente especializada em queijos finos. “Queremos fortalecer nossa atuação nessa área.”
A Embaré, cuja receita anual é de R$ 1,3 bilhão, também negocia aquisições. “Temos conversas em andamento”, diz o presidente, Romero Marinho.
Fábricas
A Aviação investirá R$ 15 milhões para dobrar a produção de manteiga e ampliar sua planta de doces de leite.
A Embaré deverá lançar uma linha de queijos neste ano. A marca vai aportar R$ 15 milhões em sua linha de produção (Folha de S.Paulo, 18/5/18)