Energia solar marca nova mínima em leilão; eólica tem forte deságio
Os preços da energia solar negociados até o momento no leilão para contratação de novos projetos de geração registraram nova mínima histórica, com menos de uma hora do início do certame, de acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Já os preços de energia eólica registraram deságio de mais de 50%, segundo informação do site da CCEE (leilaopublico.ccee.org.br/A4/).
Pouco antes das 11h, a energia solar tinha preço corrente no leilão de 84,49 reais por MWh, ante um valor inicial de 276 reais.
Já o preço para energia eólica tinha preço corrente de 96,15 reais, ante 208 reais, no valor inicial.
No leilão A-4 de 2018, usinas solares dominaram a licitação, com preços finais de venda da energia caindo a até cerca de 117 reais/MWh, um recorde negativo para a tecnologia no país, enquanto as eólicas viabilizaram apenas um projeto, mas com tarifa também em mínima histórica para a fonte, a 67 reais/MWh.
A queda nos valores de eólica e solar confirmou expectativas de especialistas ouvidos pela Reuters. No caso da energia solar, novas tecnologias também têm permitido um recuo nas cotações.
A licitação, conhecida como A-4, começou às 10h e pretende viabilizar empreendimentos para operação a partir de 2023.
Segundo especialistas, a demanda deve ser baixa devido ao lento ritmo de retomada da economia brasileira, enquanto o número de projetos cadastrados para a disputa mantém-se elevado.
Os vencedores da concorrência fecham a venda da produçãofutura às distribuidoras de energia locais, que atendem osconsumidores finais.
As apostas no mercado são de uma contratação de cerca de 1gigawatt em capacidade, volume movimentado no A-4 do anopassado, contra 51 gigawatts em empreendimentos aptos aparticipar. No ano passado, eram 48,7 gigawatts.
Além de usinas fotovoltaicas e eólicas, o leilão também éaberto para pequenas hidrelétricas e térmicas a biomassa, masessas duas últimas fontes têm custos maiores e devem ver umacontratação menor, marginal em relação ao total do certame, segundo analistas.
Empresas como as francesas EDF, Voltalia e a italiana Enel são vistas como fortes competidoras, uma vez que viabilizaram projetos em licitações recentes e possuem usinas prontas para essa próxima licitação. A canadense Canadian Solar também é vista como umadas favoritas, por sua forte presença no setor solar do Brasil (Reuters, 28/6/19)