Estoques de soja caem ainda mais nos Estados Unidos
Volume em final de safra será suficiente para apenas 14 dias de consumo; safras brasileira e argentina ganham importância.
Os Estados Unidos reduziram ainda mais os estoques finais de soja do país. Após vendas aceleradas para a China, a exemplo do que ocorreu com o Brasil, os americanos vão terminar a safra 2020/21 com apenas 4,8 milhões de toneladas de soja nos armazéns.
É um dos menores estoques da história e o suficiente para apenas 14 dias de consumo, segundo cálculos da AgRural. Conforme dados divulgados na tarde desta quinta-feira (11), o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) prevê um consumo total de 123,4 milhões de toneladas no país. A produção foi de 113,5 milhões.
O órgão americano estima esmagamento interno de 59,7 milhões de toneladas e exportações de 59,9 milhões. Essa nova estimativa de queda nos estoques de soja dos Estados Unidos, segundo maior produtor mundial, faz o mercado internacional ficar ainda mais de olho no Brasil e na Argentina, primeiro e terceiro maiores produtores.
A América do Sul, contudo, não está isenta de eventuais problemas climáticos, principalmente devido aos efeitos da La Niña. No Brasil, já houve atraso no plantio de soja e replantio em algumas áreas.
A produção mundial nesta safra 2020/21 será de 362 milhões de toneladas, e o consumo mundial sobe para 370 milhões. A demanda chinesa continua aquecida, e o país importará 100 milhões de toneladas.
Os estoques mundiais, que eram suficientes para 98 dias de consumo no período 19/20, terminam a safra atual o bastante para apenas 85 dias. Qualquer redução de safra na América do Sul, os preços esquentam (Folha de S.Paulo, 11/12/20)